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Pesquisa FAPESP: Clareador dental de cogumelo

Produto com menos efeitos adversos é desenvolvido em projeto interdisciplinar de universidades paulistas

Tiago Jokura, da Revista Pesquisa FAPESP | Foto: Pedro Amatuzzi / Inova Unicamp

Um tipo de cogumelo apreciado no Brasil e muito utilizado na culinária asiática poderá ser uma alternativa em um futuro próximo para um dos procedimentos odontológicos mais comuns no país, o clareamento dental. A novidade, criada por um grupo interdisciplinar de pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal de São Paulo (Unifesp), é uma substância feita a partir de um extrato à base de shimeji-preto capaz de remover manchas dos dentes. Segundo seus inventores, o produto desgasta menos o esmalte dentário e não apresenta o efeito colateral da hipersensibilidade, comum após a aplicação de clareadores convencionais disponíveis no mercado.

A fim de acelerar o desenvolvimento de um modelo comercial do novo clareador, a startup WeBee, spin-off da Unicamp, firmou com as duas universidades um contrato de licenciamento do pedido de patente da formulação, depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com recursos do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP, a WeBee pretende testar o extrato em duas formulações: como gel – aplicado em moldes dentais – e enxaguatório bucal. “Tudo correndo bem, prevemos que a primeira versão comercial ficará pronta em cerca de 20 meses”, informa a biotecnologista Dayse Alexia, criadora da startup.

A empreendedora enumera as principais vantagens da invenção, formulada à base de água e do fungo. “Além da composição natural, o extrato provoca menos efeitos colaterais do que os clareadores tradicionais, que podem causar dor, hipersensibilidade, inflamação da gengiva, sensibilidade gástrica, alterações de pH e desmineralização da estrutura dentária.”

A odontologista Débora Alves Nunes Leite Lima, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), da Unicamp, explica que os clareamentos mais comuns, com peróxido de hidrogênio e carbamida, já são capazes de remover pigmentos sem comprometer a estrutura dental. Contudo, essas substâncias podem causar alterações microscópicas no esmalte, como a desmineralização dos dentes. “O agente clareador de shimeji também beneficia pacientes que apresentem alguma alergia ou sensibilidade a formulações convencionais”, afirma Lima, que integrou a equipe responsável pela inovação.

A nova aplicação estética em odontologia empregando fungos comestíveis coube a um time de pesquisadores de três unidades da Unicamp – a FOP, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e a Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) – e do Programa de Pós-graduação em Medicina Translacional da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp. Os inventores e a WeBee foram reconhecidos em maio pela Unicamp com o Prêmio Inventores, que tem como foco contratos de licenciamento de propriedade intelectual.

“A investigação se originou a partir da tese de Maria Cibelle Pauli, uma das minhas alunas no doutorado pela Unifesp”, conta a farmacêutica Gislaine Ricci Leonardi, atualmente professora de cosmetologia da FCF-Unicamp. Motivada pelo potencial da pesquisa de Pauli, focada em clareamento dental, Leonardi convidou o engenheiro de alimentos Juliano Lemos Bicas, do Departamento de Ciência de Alimentos e Nutrição da FEA-Unicamp, para participar do projeto.

“A professora Gislaine me procurou para investigarmos clareadores dentais feitos a partir de alimentos. Sugeri, então, estudarmos as enzimas oxirredutases, que já sabíamos que têm a propriedade de degradar pigmentos”, recorda-se Bicas. “A partir daí, testamos quatro tipos de cogumelos vendidos em supermercados: shitake, shimejis branco e preto, e cogumelo paris, todos eles ricos em enzimas oxirredutases. Desses, o que apresentou melhores resultados foi o shimeji-preto.”

Nos testes em laboratório, o extrato de shimeji se mostrou seguro tanto em aplicações in vitro como em partes de dentes bovinos – essa fase da pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Unicamp. A próxima etapa do desenvolvimento, em planejamento, prevê o teste das duas diferentes formulações (gel e enxaguatório) em humanos.

Durante os estudos, os pesquisadores tiveram uma surpresa quando procederam à esterilização da matéria-prima. Ao expor o cogumelo a altas temperaturas, a expectativa era de que o processo inibisse a ação das enzimas. “Em vez de inativar a propriedade clareadora, o aquecimento aumentou o potencial do extrato. Isso sugere que a ação de clareamento talvez não seja provocada exclusivamente ou diretamente pelas enzimas. Ainda não sabemos o porquê disso”, conta Bicas.

Uma desvantagem do extrato de shimeji é clarear cerca de 25% a menos do que os produtos convencionais. “Curiosamente, esse pode ser um aspecto positivo da formulação, já que muitas vezes a pessoa prefere uma aparência mais natural em vez daquele branco artificial nos dentes”, conta o engenheiro de alimentos da Unicamp.

Para a odontologista Amélia Mamede, diretora de Promoção da Saúde da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) que não participou da pesquisa, o produto, considerado por ela “conservador”, deve trazer benefícios aos usuários por ser uma tecnologia sustentável. “Esse tipo de estudo e desenvolvimento deve ser incentivado em todas as universidades para que haja mais tecnologias sustentáveis e apoiadas no tripé ambiental, econômico e social.”

A nova aplicação estética do shimeji-preto também pode resultar em ganhos para os produtores de fungo, normalmente pequenos empreendedores. Como o talo e outras parcelas descartáveis do fungo são tão eficazes no clareamento como as partes vendidas nos supermercados – principalmente o chapéu –, os produtores poderiam aumentar a renda e ao mesmo tempo diminuir o desperdício do cultivo. “Como não precisamos da parte comestível para fazer o clareador, nossa demanda não compete com o alimento”, destaca Bicas. “Em vez de descartar os talos, os pequenos produtores poderiam vendê-los, obtendo uma fonte de renda extra.”

Empreendedorismo
A criação de spin-offs como a WeBee já existe há décadas na Unicamp. Esse movimento, porém, intensificou-se recentemente em razão de mudanças regulatórias favoráveis aos micro e pequenos negócios, como a sanção do Projeto de Lei Complementar no 146/2019, conhecido como marco legal das startups e do empreendedorismo inovador, em 2021 (ver Pesquisa FAPESP no 305), e a aprovação da Política de Inovação da Unicamp, em 2019.

Ana Frattini, diretora-executiva da Agência de Inovação Inova, afirma que a meta da agência é estimular a criação de pelo menos duas spin-offs por ano e fazer o licenciamento de 20 novas tecnologias. De acordo com ela, o modelo adotado pela instituição estimula a transferência de conhecimento gerado na universidade por meio da criação de novos negócios baseados em ciência e tecnologia, com potencial de gerar impacto social, econômico e ambiental.

“Ao licenciar uma tecnologia da Unicamp, os empreendedores reduzem o tempo, o custo e o risco envolvidos no desenvolvimento de inovações”, comenta a executiva. “Esse modelo movimenta o conceito da tríplice hélice, no qual universidade, governo e empresas interagem para que a inovação aconteça e gere impactos positivos na sociedade.”

Projeto
Produto clareador dental à base de resíduo industrial do processamento de cogumelos (no21/04241-9); Modalidade Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe); Pesquisadora responsável Dayse Alexia de Carvalho de Brito (WeBee); Investimento R$197.967,96.

Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Pós-Graduação da FCF oferece curso de estratégias para publicação de artigos científicos

Preciso Publicar Meu Paper — Estratégias para Publicar seu Trabalho Científico é o tema do curso que será ministrado por André Moreni Lopes, pesquisador visitante convidado da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas.

O objetivo do curso é estimular, proporcionar e capacitar o aluno de pós-graduação, a partir de problemas e situações reais, a redigir textos científicos — dissertações, teses, e, principalmente, de artigos científicos.

As aulas terão início em 11 de outubro de 2022, às 14 horas, e ocorrerão às terças e quintas-feiras, das 14h às 16h, até o dia 6 de dezembro.

Interessados podem se matricular de 4 a 6 de outubro

De 4 a 6 de outubro — período de matrícula em disciplinas da 2ª metade do 2º período letivo de 2022 da pós-graduação da Unicamp —, os interessados, desde que sejam estudantes regularmente matriculados em um curso de pós-graduação da Unicamp, poderão solicitar a matrícula na disciplina CF043 — Tópicos Especiais em Ciências Farmacêuticas I, turma A. O procedimento deve ser feito pelo e-DAC, link “Matrícula” e “Alterar matrícula”.

Processo Seletivo — Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas

Está publicado o Edital CPG/FCF 2/2022, referente ao processo seletivo para ingresso no primeiro semestre de 2023, com vagas para os cursos de Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas.

O período de inscrições será de 24 a 31 de outubro de 2022. O processo seletivo será realizado de 21 a 25 de novembro de 2022, em data e horário a serem divulgados na convocação dos candidatos.

As atividades dos candidatos aprovados para as vagas oferecidas nesse edital terão início em março de 2023.

UPA 2022

Depois de uma pausa em 2020 e de uma edição virtual em 2021, o programa Unicamp de Portas Abertas (UPA) volta em 2022 em sua 17ª edição ao seu formato original, com atividades presenciais no campus de Barão Geraldo, em Campinas.

A Faculdade de Ciências Farmacêuticas contará com diversas atividades para mostrar um pouco sobre a profissão de farmacêutico e o que os alunos poderão vivenciar na graduação.

Data: 27/08/2022, das 8h às 17h
Local: Engenharia Básica
Endereço: R. João Pandiá Calógeras, 148 – Cidade Universitária, Campinas – SP, Brasil

A entrada é gratuita.

Confira abaixo a programação da FCF:

Áreas temáticas & Responsáveis:


– Análises Clínicas: Profa. Patrícia Moriel
– Atenção Farmacêutica para Cuidado Farmacêutico e Farmácia Clínica: Profa. Patrícia Moriel
Atividades: Venha jogar com a gente e aprender sobre a profissão Farmacêutica

LAB ESCAPE – FCF / UNICAMP
Será que você vai conseguir em 10 minutos ajudar um paciente em relação aos seus exames laboratoriais e medicamentos? Você terá a missão de ajudar uma pessoa com várias dúvidas farmacêuticas, durante o jogo questões irão surgir e você deverá desvendar os enigmas para “salvar” seu paciente.
Para o LAB ESCAPE:
1) Os participantes devem cooperar e trabalhar em equipe para superar o desafio;
2) O jogo tem um componente misterioso e enigmático;
3) A inteligência é o fator determinante para conseguir resolver o enigma.

– Alimentos: Prof. Rodrigo Ramos Catharino
Atividades:
Conheça a técnica de identificação de corantes em alimentos e a importância dos edulcorantes na indústria alimentícia.

– Cosméticos: Profa. Gislaine Ricci Leonardi
Atividades:
Os alunos apresentarão/comentarão o papel e a importância do farmacêutico na área da cosmetologia.

Serão apresentados conceitos básicos, sobre o cremes e loções, quais ingredientes compõem suas fórmulas e as diferenças de composição entre ambos. Apresentaremos também um vídeo mostrando como são realizadas as formulações dos mesmos no laboratório. Além disso, teremos amostras do creme e da loção para que os participantes do UPA possam analisar sensorialmente e visualmente a diferença das duas formulações.

Teremos amostras de diferentes tipos de géis para que os alunos analisem o sensorial desse tipo de formulação. Além disso, iremos explicar os conceitos envolvidos na produção dessa forma cosmética e caso o público tenha alguma dúvida estaremos esclarecendo. Além disso, para melhor entendimento do assunto teremos vídeos explicativos sobre a parte prática realizada em laboratório na fabricação das amostras disponíveis.

Será demonstrado a forma de produção de batom.

Apresentaremos vídeos produzidos pelos graduandos de Farmácia mostrando, de maneira didática, a composição e processo de produção dos cosméticos.

– Fitoterapia: Profa. Mary Ann Foglio & Dra. Ana Lucia Tasca Gois Ruiz
Atividades:
A apresentação abordará as atividades relacionadas à pesquisa e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos a partir de produtos naturais de qualidade. A padronização de insumos vegetais para a indústria farmacêutica desempenha um papel importante no resultado do produto. Fatores como solo, condições climáticas, genótipos, colheita e condições pós-colheita têm demonstrado um importante efeito tanto na atividade química quanto biológica. Portanto, o controle do crescimento de cultivares e seu processamento têm um resultado direto nos benefícios para a saúde e questões econômicas. O uso do cultivar errado ou procedimentos inadequados podem prejudicar os benefícios à saúde, além de perda de tempo e dinheiro. Esta apresentação dará uma visão geral das etapas para produção de extratos vegetais, uso de métodos cromatográficos de monitoramento de processo e isolamento de compostos envolvidos na produção de medicamentos fitoterápicos. Será apresentado os resultados de estudo de desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos que alcançou a etapa de estudos clínicos fase I e II com formulações geradas a partir dos Extratos padronizados para o tratamento de feridas de mucosite.

– Produção de Medicamentos & Indústria Farmacêutica: Profa. Laura de Oliveira Nascimento & Profa. Karina Cogo Müller
Atividades: 
Onde, como e quem pode fazer medicamentos? Como sabemos que é um bom produto? Nesse estande você conhece os passos para termos um medicamento, desde a pesquisa até sua produção, embalagem, controle de qualidade e qual é o papel do farmacêutico nesse processo. Além de muita informação, teremos equipamentos de controle, microscópios e muito mais! Venham nos visitar!

– Toxicologia: Prof. José Luiz da Costa & Liga de Toxicologia
Atividades:
O estande de toxicologia está planejando apresentar a disciplina de toxicologia (FR804) e falar um pouco sobre o funcionamento do CIATox. Como atividade prática, os monitores do estande vão fazer o teste do bafômetro em voluntários, com a distribuição de balas de licor e explicando como esse teste funciona.

O estande da LAcTox está planejando falar um pouco sobre as ações da Liga e os animais expostos no estande (escorpião, aranha e lagarta, providos pelo CIATox). Teremos um banner com o logo da Liga e nossas redes sociais e panfletos informativos sobre animais peçonhentos e a nossa liga, que serão distribuídos ao longo do evento. Como atividade prática, os monitores do estande ilustrarão um teste toxicológico, com urina “cinematográfica” e testes de THC vencidos, concedidos pelo CIATox. O teste será repetido várias vezes durante o evento.

– Vacinas: Prof. Marcelo Lancellotti


Venha prestigiar a FCF!

Unicamp desenvolve novo teste de covid-19 totalmente nacional

Inédito no mundo, ele detecta a doença e aponta o grau dela: leve, médio ou grave

O coordenador do Laboratório Inovare de Pesquisa da Unicamp, professor e cientista Rodrigo Ramos Catharino: “O fato dessa tecnologia ser totalmente brasileira enche-me de orgulho” (Ricardo Lima)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu, com tecnologia 100% nacional, um novo teste para detecção de covid-19 inédito em todo o mundo que, além de diagnosticar a doença, aponta o grau da enfermidade – leve, médio ou grave. A principal vantagem e avanço em relação aos exames hoje disponíveis, que indicam se o paciente é positivo ou negativo, é a de permitir a administração imediata do tratamento mais adequado, o que contribui para salvar vidas.

O novo teste, elaborado pelo coordenador do Laboratório Inovare de Pesquisa da Unicamp, professor e cientista Rodrigo Ramos Catharino, é baseado na análise do plasma (sangue). A tecnologia está pronta para ser disponibilizada a laboratórios e hospitais, com a sua introdução no mercado a depender do interesse desses agentes. O exame é apresentado em um momento em que o Brasil atravessa a quarta onda de covid-19 e, há duas semanas seguidas, tem alta na média de mortes. O país registrou na última quinta-feira 297 novas vítimas fatais, com média diária de 237, alta de 26% em comparação a média de 14 dias atrás.

O Brasil registrou na segunda-feira (11) 155 mortes pela covid-19 em 24 horas, totalizando 673.814 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 245. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +17% e indica tendência de alta pelo 18º dia seguido.

“O fato dessa tecnologia ser totalmente brasileira enche-me de orgulho”, afirma Catharino. O diagnóstico da covid-19 e o grau de gravidade são definidos a partir da análise da mudança das características do sangue do paciente, com o resultado saindo em até um minuto. 

O exame inédito foi desenvolvido a partir do uso do espectrômetro de massa, equipamento de alta tecnologia, que funciona como uma balança molecular, com base na equação física. Ele dá um resultado extremamente preciso e indica a presença de materiais estranhos na amostra analisada. A detecção ocorre usando-se uma amostra de sangue de um paciente, o que permite definir um indicador das características. O diagnóstico e o grau da enfermidade são definidos segundo as mudanças verificadas em relação a essa referência. 

“O espectrômetro apresenta o resultado, que é uma sequência de números. A partir das análises desses números, é possível verificar as diferenças existentes. Quanto mais números aparecem, mais possibilita a identificação do que é essa diferença”, explica o cientista. 

Impressão digital

Isso permitiu criar um modelo para o desenvolvimento do novo teste. “Usamos a tecnologia de fingerpriting (impressão digital, em inglês) e o exame mostra as variações que ocorrem nessa impressão”, explica o coordenador do Inovare. De acordo com ele, a proposta é a de que a nova tecnologia tenha a sua patente difundida, de modo que a metodologia seja aplicada por todos os laboratórios e hospitais interessados.

Catharino já trabalha no desenvolvimento de uma versão desse teste para a comercialização em farmácias, como já ocorre com os autotestes de covid-19 disponíveis no mercado. O professor da Unicamp evita, porém, fazer qualquer previsão de quando deverá estar disponível para o público. Segundo ele, o lançamento dependerá do interesse dos laboratórios no produto. O cientista acrescenta que a nova tecnologia também servirá de base para o desenvolvimento de exames para outras doenças, abrindo um grande leque de possíveis novos testes no futuro.

O novo teste é a terceira tecnologia desenvolvida pelo Laboratório Inovare envolvendo a covid-19, que passou a ser o principal foco de estudos nos últimos dois anos, em virtude da pandemia que atingiu o mundo. Uma delas é a definição de novos protocolos de tratamentos para pacientes durante o colapso do sistema de saúde de Manaus, no início de 2021, quando houve uma explosão dos casos da doença na capital amazonense. 

“Fizemos o acompanhamento em tempo real dos pacientes e analisamos os resultados dos vários medicamentos usados isoladamente e em conjunto. A partir daí, verificamos quais eram os mais eficientes e foram definidos novos protocolos de tratamento”, explica Catharino. 

A outra tecnologia é uma fita para identificar os casos positivos da covid sem a necessidade de coleta de amostra de sangue ou de muco nasal, que são os métodos usados hoje.

A fita é colocada na nuca da pessoa e o resultado sai rapidamente. Porém, essa tecnologia não chegou ao mercado. Para o coordenador do Inova, a pandemia e a necessidade de se encontrar soluções rapidamente para salvar vidas deram origem a um “boom tecnológico” na área médica, com o desenvolvimento de novos tratamentos, como as vacinas e medicamentos. “Isso foi o ‘start’ de novas tecnologias que serão aproveitadas nos próximos anos”, afirma Catharino.

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br

13/07/2022 às 09:00.
Atualizado em 13/07/2022 às 09:00

Matéria da Correio Popular: Leia também no site do jornal.

FCF recebe o professor Mandip Sachdeva

No último dia 11 de julho, visitou a Universidade Estadual de Campinas o professor Mandip Singh Sachdeva, do College of Pharmacy & Pharmaceutical Sciences da Florida A&M University, em Tallahassee, onde coordena o Sachdeva Laboratory, cuja equipe de pesquisadores utiliza a nanotecnologia com foco no tratamento de doenças como o câncer de mama e o câncer de pulmão, além de ferimentos na córnea e obesidade.

Na ocasião, o prof. Sachdeva — que está no Brasil como professor visitante da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, com financiamento do Programa Fulbright — ministrou a palestra Cannabidiol loaded extracellular vesicles sensitize triple-negative breast cancer to doxorubicin in vivo (em português: “Vesículas extracelulares carregadas de canabidiol sensibilizam câncer de mama triplo negativo à doxorrubicina in vivo”), discutindo o emprego terapêutico de canabinóides (Δ9-THC e CBD) na regulação da proliferação, metástase, angiogênese e diferenciação de células cancerígenas. O estudo foi publicado em 2021 no International Journal of Pharmaceutics.

Também dialogou com docentes e estudantes de graduação e pós-graduação do curso de Farmácia e dos Programas de Ciências Farmacêuticas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, de Biologia Funcional e Molecular, do Instituto de Biologia, e de Biologia Buco-Dental, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

O professor Mandip Sachdeva, da Florida A&M University, e o professor Paulo Rosa, da FCF/Unicamp (Foto: Prof. Marcelo Bispo de Jesus)

Pós-graduandas da FCF conquistam o Desafio Unicamp 2022 na categoria Voto Popular

A equipe NanoSilver venceu o Desafio Unicamp 2022, organizado pela Agência de Inovação da Unicamp — Inova, na categoria Voto Popular.

Formado pelas estudantes de pós-graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Érica Mendes dos SantosJúlia Cedran Côco e Luiza Aparecida Luna Silvério, do Laboratório de Farmacotécnica e Cuidado em Saúde — LaFateCS, e Kátia de Pádua Silva, do Laboratório de Farmacologia de Antimicrobianos e Microbiologia — LabFAM, o time teve mentoria acadêmica da Drª Raluca Savu, pesquisadora do Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologias, e da Profª Drª Ljubica Tasic, do Instituto de Química, credenciada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas.

Leia mais: Agro prevalece e emplaca dois vencedores na Final do Desafio Unicamp

Ao longo do processo, a equipe também teve mentorias com Tiago Dias, Vital Yasumaru, Talita da Silva Ferreira, Marcos Vaz e Erik J. Sander, da University of Florida. As pós-graduandas desenvolveram um modelo de negócios para produção e venda de um spray para assepsia das mãos, voltado inicialmente para estabelecimentos como escolas de educação infantil e buffets infantis, com foco na prevenção de acidentes. O saneante, a base de água, utiliza a tecnologia de nanopartículas de prata elaborada na Unicamp, sendo um substituto seguro para o álcool em gel.

O pitch da equipe por ser visto a seguir:

O Desafio Unicamp, que chega à décima segunda edição em 2022, é um programa de desenvolvimento de habilidades empreendedoras com mentorias acadêmicas, empresariais, internacionais, capacitação de Lean Canvas e impacto socioambiental, além de treinamentos de pitch, ao longo de quatro meses. Os finalistas passaram por duas fases de avaliação antes de serem selecionados para apresentar o pitch na final do programa.

FCF na Grande Final do Desafio Unicamp 2022

A equipe NanoSilver, formada pelas estudantes de pós-graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Érica Mendes dos Santos, Júlia Cedran Côco e Luiza Aparecida Luna Silvério, do Laboratório de Farmacotécnica e Cuidado em Saúde — LaFateCS, e Kátia de Pádua Silva, do Laboratório de Farmacologia de Antimicrobianos e Microbiologia — LabFAM, é uma das seis finalistas do Desafio Unicamp 2022, organizado pela Agência de Inovação da Unicamp — Inova, que chega à 12ª edição neste ano.

As discentes convidam toda a comunidade FCF para assistir às apresentações no dia 30 de junho, quinta-feira, às 15 horas, por meio virtual. As inscrições podem ser feitas nesta página.

Na ocasião, o público participante poderá votar na equipe, que concorre ao prêmio da categoria Voto Popular, além das categorias Geral e Impacto Socioambiental.

Trabalhos de conclusão de curso do 1º semestre 2022

Consulte aqui os links de transmissão e as datas das apresentações dos TCCs do primeiro semestre de 2022:

AlunoOrientaçãoTrabalho de conclusão de curso
13/06 9hMatheus Henrique MartinsRodrigo Ramos CatharinoA importância dos recursos de tecnologia na gestão da saúde – Analytics, Automações, Big Data e Inteligência Artificial
13/06 14hMariana Ambiel FaccioliGislaine Ricci Leonardi e Jose Oscar Figueroa PachecoAnálise de perfumes alcoólicos e não alcoólicos incorporados em diferentes tipos de emulsão
14/06
8h
Monize Valéria Ramos da SilvaCatarina Rapôso Dias CarneiroEstabelecimento de linhagens tumorais de pacientes e predição de perfis de crescimento e responsividade a novos tratamentos
14/06 9hLuiza Domingues MonticoPriscila Gava Mazzola e Érica Mendes dos SantosAvaliação das atividades biológicas, in vitro, dos extratos do café
14/06 16hArimi HoritaRodrigo Ramos CatharinoPerfil lipidômico do arbovírus Chikungunya em células HeLa
15/06 10hNathália Rodrigues RochaDaniel Fábio Kawano e Mario Antonio BragaPerformance de Aplicação de Revestimentos Farmacêuticos
15/06 14hBianca Alves SchimitdPedro Paulo CorbiComplexos de Ag(I) e Cu(II) com sulfametazina: síntese, caracterização, avaliação da atividade antibacteriana e estudo da interação com biomoléculas
15/06 14hAlessandra de Sousa MesquitaAna Valéria Colnaghi SimionatoVolatile organic compounds analysis optimization and biomarker discovery in urine of Non-Hodgkin lymphoma patients before and during chemotherapy
20/06 10hGiovanna Jardim Vieira P. dos SantosMarcelo Ganzarolli de OliveiraWound healing action of nitric oxide-releasing self-expandable collagen sponge
20/06 13hNatália Helena AlvesJoão Ernesto de CarvalhoProdutos incorporados com canabidiol (CBD): aspectos regulatórios, claims e monitoramento de tendências no mercado de bebidas, alimentos e healthcare
20/06
14h30
Maria Isabela de Oliveira BatistaTaís Freire GalvãoMapeamento de benzodiazepínicos comercializados no Brasil de 2014 a 2020
22/06
9h
Lara de Oliveira RodriguesWanda Pereira AlmeidaInterações medicamentosas na farmacoterapia da Doença de Alzheimer e da Doença de Parkinson: revisão de literatura
22/06
14h
Isabella Aparecida LimaGislaine Ricci LeonardiAvaliação da comedogenicidade do uso de produtos cosméticos em homens e mulheres de 15 a 24 anos: revisão bibliográfica
27/06
14h
Júlia Constantino CamilliMary Ann Foglio e Núbia de Cássia Almeida QueirozModelos experimentais in vivo de osteonecrose dos maxilares induzida por bisfosfonatos e plantas medicinais com potencial terapêutico: revisão de literatura
28/06
10h
Larissa dos Santos FonsecaLaura de Oliveira Nascimento e Danilo Costa GeraldesPellet biopolimérico para veiculação gastrorresistente da proteína C-Ficocianina
28/06
10h30
Fernanda MarquesPriscila Gava Mazzola e Cinthia Madeira de SouzaEfeito da exposição de fármacos e ototoxicidade em neonatos: uma revisão da literatura
28/06
15h
Davina de AlmeidaCatarina Rapôso Dias Carneiro e Liana Melo-Thomas Inferior colliculus stimulation affects 6-OHDA induced lateralization in parkinsonian rats

Processo Seletivo — Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas

Está publicado o Edital CPG/FCF 1/2022, referente ao processo seletivo para ingresso no segundo semestre de 2022, com vagas para os cursos de Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas.

O período de inscrições será de 6 a 10 de junho de 2022. O processo seletivo será realizado de 27 de junho a 1º de julho, em data e horário a serem divulgados na convocação dos candidatos.

As atividades dos candidatos aprovados para as vagas oferecidas nesse edital terão início em agosto de 2022.