Defesa de Tese de Doutorado
Carolina Botelho Lourenço
Avaliação da eficácia de tratamentos cosméticos em cabelo humano através da aplicação de técnicas sofisticadas de caracterização de materiais
Local: Auditório da FCF
Presidente
Profª Drª Priscila Gava Mazzola — FCF / Unicamp
Membros titulares
Profª Drª Gislaine Ricci Leonardi — FCF / Unicamp
Prof. Dr. Paulo Cesar Pires Rosa — FCF / Unicamp
Prof. Dr. Guilherme Diniz Tavares — FF / UFJF (videoconferência)
Prof. Dr. Marlus Chorilli — FCFAr / Unesp (videoconferência)
Membros suplentes
Profª Drª Rúbia Casagrande — CCS / UEL (videoconferência)
Profª Drª Vânia Rodrigues Leite e Silva — ICAQF / Unifesp (videoconferência)
Profª Drª Gisele Mara Silva Gonçalves — FCF / PUC-Campinas
Resumo: Descolorir o cabelo é uma escolha muito popular para variar a aparência. Porém, o processo de oxidação provoca perda da resistência mecânica em todos os tipos de cabelos, e particularmente para os cabelos texturizados, intensifica uma condição de fragilidade natural. A mitigação da condição de dano do cabelo requer a penetração de substâncias externas para estabilizar as ligações clivadas, recompor lipídios e proteínas, restaurar a hidrofobicidade e recuperar as propriedades mecânicas do cabelo. Os óleos vegetais, em geral, evidenciam um rol de características vantajosas muito desejadas pelos consumidores, dados os benefícios associados a esses tratamentos à fibra capilar. Os óleos de argan e abacate foram estudados em comparação com o óleo de coco, mais conhecido, quanto à sua capacidade de se difundir pelo córtex capilar e possíveis efeitos. A espectroscopia Raman e MALDI-TOF/TOF foram realizadas para investigar a capacidade de penetração desses três óleos em cabelos lisos e texturizados, respectivamente, nas condições virgem e descolorida. Além disso, testes de tração e fadiga foram feitos para investigar seu efeito uma vez que difundidos para o interior dos cabelos. Os óleos foram aplicados em quantidade suficiente diretamente nas mechas limpas e deixados por 24 horas a 25°C. Os resultados mostram que os três óleos se difundiram e interagiram com a região cortical do cabelo liso. Nos cabelos lisos virgens, os óleos de coco e abacate reforçaram a barreira hidrofóbica do complexo da membrana celular, evitando que a água perturbe intensamente as propriedades mecânicas. O óleo de argan, devido ao alto grau de insaturação de suas cadeias graxas, causa aumento a absorção de água, levando à perda da resistência do cabelo. Quando descoloridos, a hidrofilicidade do cabelo liso é elevada, o que determina maior afinidade com o óleo de argan. Consequentemente, a afinidade com a água também é elevada, levando ao aumento da fragilidade ao estresse mecânico. Nos cabelos virgens texturizados, o tratamento com os óleos não conseguiu alterar suas propriedades mecânicas. O teste de fadiga mostrou um aumento na resistência do cabelo provavelmente devido a um efeito de lubrificação das cutículas. Nos cabelos descoloridos texturizados, notou-se redução da resistência a partir do tratamento com os óleos. A difusão dos óleos vegetais no cabelo depende de características deste quando íntegro ou quimicamente danificado, bem como de sua morfologia, que influencia a cinética de difusão e determina a intensidade dos efeitos das moléculas externas. Por fim, a água é um fator impactante que afeta o resultado final de um tratamento cosmético.