Texto: Gustavo Teramatsu
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais promoveu, nos dias 9 e 10 de agosto, a sexta edição do Ciência Aberta, que acontece desde 2016. A edição de 2024 é a segunda a ser promovida após uma interrupção de três anos devido à pandemia de Covid-19. Neste ano, foram dois dias de evento, o primeiro deles reservado a excursões de estudantes desde o ensino fundamental até o ensino superior. Ao todo, o público foi de mais de 21 mil pessoas.
Esta importante iniciativa de divulgação científica contou com o apoio de pós-graduandos da FCF. O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas conta com a participação de pesquisadores dos Laboratórios Nacionais do CNPEM em seu corpo docente e discente desde 2020. No segundo semestre de 2024, nove mestrandos e oito doutorandos da FCF desenvolvem pesquisas naquele centro, sob orientação de Adriana Franco Paes Leme Squina, Ana Carolina Migliorini Figueira, Artur Torres Cordeiro, Daniela Barretto Barbosa Trivella, Gustavo Fernando Mercaldi, Marcio Chaim Bajgelman, Paulo Sergio Lopes de Oliveira e Silvana Aparecida Rocco, do Laboratório Nacional de Biociências, e de Leticia Maria Zanphorlin Murakami, do Laboratório Nacional de Biorrenováveis.
“O evento foi planejado para tornar a ciência acessível e interessante para pessoas que não tem contato com esse meio, desde crianças até adultos. Um grande destaque foram as áreas de experimentos e oficinas ao vivo, onde visitantes podiam participar de forma ativa. Cada estande oferecia explicações sobre projetos científicos em andamento no CNPEM e instituições parceiras. Os voluntários se esforçaram em passar conhecimento de forma lúdica, por demonstrações práticas e modelos tridimensionais ou maquetes, que simulavam sistemas biológicos e explicavam fenômenos naturais”, explicou o estudante de Doutorado em Ciências Farmacêuticas Henrique Niero, que participou da organização e apresentação de oficinas e estandes relacionados à descoberta de fármacos.
“Foi um evento muito bom. Mostramos modelos 3D de proteínas e também estruturas de proteínas em um tablet com óculos 3D para ficar mais clara a conformação tridimensional desse mundo para os visitantes. Achei bem legal o interesse das pessoas, e como tornar tudo mais palpável aproxima o público, fazendo entender algo muitas vezes abstrato de forma mais concreta”, avaliou o doutorando Amauri Donadon Leal Junior, que participou da apresentação do Laboratório de Biologia Computacional do LNBio.
A mestranda em Ciências Farmacêuticas Bárbara Carvalho dos Reis, voluntária na atividade Explorando o mundo do DNA, voltada para crianças, onde puderam aprender a extrair DNA de banana com reagentes caseiros, como sal de cozinha e detergente, também teve uma avaliação positiva do evento. “Eu poderia passar horas falando do Ciência Aberta, pois amo o evento e a oportunidade de divulgação científica para a comunidade. Foram dias intensos de muito trabalho, mas igualmente recompensadores. Cada pessoa que passava pela nossa oficina e saía inspirada de alguma forma, com um sorriso no rosto ou maravilhada vendo o experimento dar certo, renovava a minha motivação e fé na pesquisa. A ciência nada é quando olhamos apenas para o individual. Ciência é feita em conjunto e só faz sentido quando retorna para o coletivo, seja de forma material ou através do conhecimento. É por isso que fazemos pesquisa: para todos”.
Da mesma forma, Henrique Niero refletiu sobre a importância da divulgação científica para os pós-graduandos. “O evento proporcionou aos pesquisadores e voluntários a conexão com o público, compartilhando seus estudos e interesses científicos. Por passar tanto tempo dedicados à pesquisa, dentro de grandes centros de alto nível, acabamos por perder a conexão com o que está fora desse contexto, e algo que é tão avançado e complexo do ponto de vista científico, acaba por se tornar comum entre pesquisadores da área. O Ciência Aberta consegue, dessa forma, renovar nossa energia como pesquisadores e lembrar que a pesquisa é feita para a sociedade e destacar a importância de tornar a ciência acessível para todas as pessoas”.