Após a publicação no Jornal da Unicamp, a pesquisa de doutorado de Ingrid Mayara Cavalcante Trevisan, orientada pela professora Catarina Raposo, sobre o uso do veneno da aranha-armadeira para o tratamento do câncer de mama, tem repercutido em notícias divulgadas por diversos meios de comunicação.
A professora doutora Priscila Gava Mazzola, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, é a nova colunista do portal Sechat. A coluna será mensal. O primeiro texto — Canabidiol (CBD) na pele: uso tópico para saúde e bem-estar — foi publicado em 28 de abril.
A Sechat, liderada pelo médico neurocirurgião Pedro Antônio Pierro Neto, reúne profissionais relacionados ao uso medicinal da cannabis. O portal Sechat é o primeiro e principal portal do Brasil dedicado aos assuntos relacionados à cannabis medicinal, com destaque na cobertura dos temas de saúde, legislação e negócios.
O desafio era minimizar as várias queixas de um paciente com queimaduras usando uma única formulação farmacêutica. A pesquisadora Janaína Artem Ataide abraçou a ideia e lançou mão da nanotecnologia para desenvolver um gel associando três ativos de classes farmacêuticas diferentes. O estudo realizado por Ataide em seu doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, que também incluiu o uso de um extrato de oleaginosa nacional e ensaios para o reposicionamento da rifamicina, encontra-se em análise de patenteabilidade, a cargo da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp).
Janaína Artem Ataide
Graduada em Farmácia, Ataide afirma que ainda há um longo caminho a percorrer até a fórmula eventualmente chegar às prateleiras. Contudo, uma vez patenteada, as chances de isso acontecer aumentam, acredita Priscila Gava Mazzola, professora da FCF e orientadora da tese. “A pesquisa ganha o olhar de outro público científico, de pesquisadores de outros lugares, além dos nossos colegas. E pode chegar às empresas, para viabilizar a condução [da produção]. Torna-se mais viável bancar o custo da pesquisa fora da Universidade, porque há mais recursos e pode haver gente 100% focada no projeto. Portanto aumentam as chances de a pesquisa continuar”, avalia Mazzola.
Segundo Ataide, as etapas ainda necessárias para a fórmula resultar em um produto incluem, por exemplo, estudos em animais e em seres humanos. “São etapas que fogem da nossa expertise e que têm alto custo”, diz a pesquisadora. “A ciência se faz em colaboração”, escreveu Ataide em sua tese, citando a frase do professor de física Brian Keating, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos). “Nenhum cientista vai a Estocolmo [Suécia] sozinho”, disse ele referindo-se ao Prêmio Nobel.
Uma das motivações da farmacêutica para se dedicar a uma formulação voltada a vítimas de queimaduras está no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, segundo o qual, no período de 2015 a 2020, foram registradas 19.772 mortes por queimaduras no Brasil (de causas térmicas ou elétricas, por agentes químicos, por geladura ou por radiação). As doenças de pele são a quarta causa mais comum de enfermidades humanas em todo o mundo. “Isso afeta quase um terço da população, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde [OMS], mas são dados muitas vezes subestimados. Isso é realmente assustador”, diz Ataide.
Com a formulação desenvolvida, o paciente pode usar um único produto durante o tratamento, ao invés de utilizar três ou quatro, evitando assim trocas ou reaplicações de medicamentos diferentes, defende a autora da pesquisa. “E acho que a principal vantagem está na eficiência do sistema nanoestruturado com ativos combinados na mesma formulação farmacêutica, além de se tratar de uma pesquisa nacional, com uso de extratos naturais brasileiros”, afirmou.
A pele é o órgão mais exposto do corpo humano, portanto o que corre mais riscos, explica Ataide. Esse órgão desempenha ainda a importante função de oferecer uma barreira protetiva. Por isso, é fundamental cuidar bem da saúde da pele. “A população precisa de medicamentos eficientes, seguros, de custo relativamente baixo e disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde [SUS]”, defende.
Desafios da nanotecnologia
Em seu mestrado, também sob a orientação de Mazzola, Ataide já havia usado a nanotecnologia. Aquela pesquisa, sobre uma enzima do abacaxi, resultou em uma patente. A farmacêutica trabalhou na época com a extração da proteína bromelina do complexo enzimático do abacaxi. “Tivemos muita dificuldade com a bromelina devido à falta de estabilidade. Veio então essa ideia de usar nanotecnologia para tentar estabilizar a proteína. Foi assim que a nanotecnologia entrou na minha vida”, lembra a pesquisadora. “Foi muito desafiador.”
“De fato tratou-se de algo muito trabalhoso”, reforça Mazzola. A pesquisa utilizou um resíduo da indústria – as cascas do abacaxi – para recuperar a enzima, que então poderia ser usada pela indústria farmacêutica. Foi justamente a formulação de nanopartículas de bromelina com quitosana liofilizadas, desenvolvida no mestrado, que se transformou em patente. A fórmula pode ser aplicada como um spray sólido ou em outras preparações, como em gel para cicatrização. Desde o mestrado, portanto, orientadora e orientanda realizam ensaios com a cicatrização. “No doutorado a ideia foi continuar a trabalhar a questão das queimaduras.”
Contribuição para novas pesquisas
Profª Drª Priscila Gava Mazzola
De acordo com Mazzola, a pesquisa de doutorado de Ataide representou a primeira vez em que o laboratório da FCF trabalhou com diferentes frentes de ação em torno de um mesmo produto. “Esse é um ponto muito importante. Os ativos são conhecidos, mas fizemos outra abordagem na forma de veiculá-los e apresentá-los. O trabalho [de Ataide] pode contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos e novas apresentações. Isso tem muito valor”, afirma a professora. Entre os apontamentos dos testes destacados na pesquisa está a propriedade das nanopartículas de servirem como carreadores de insumos farmacêuticos ativos (IFA), especialmente por conta de sua capacidade de fazer a entrega simultânea de dois ou mais IFAs e por conta de possibilitarem uma entrega direcionada.
Os testes realizados por Ataide revelam-se conclusivos quanto ao potencial das nanopartículas como carreadores de fármacos: “[As nanopartículas] são uma grande promessa nos dias atuais por transportarem medicamentos até o alvo de interesse, diminuindo os efeitos colaterais”. A tese, intitulada “Desenvolvimento de formulações de base nanotecnológica: estratégias para entrega simultânea e reposicionamento de fármacos”, contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no país e no exterior, possibilitando que Ataide realizasse estudos também nos Estados Unidos, durante um ano, período no qual trabalhou o reposicionamento de fármaco da rifamicina.
Parte do doutorado transcorreu na pandemia. “Eu estava entrando na parte da formulação, quando começou a pandemia. Foi tudo suspenso. Até achei que não fosse dar para fazer nada. A primeira etapa das minhas análises transcorreu totalmente à distância. Algumas vezes eu levei as amostras, entreguei na recepção dos laboratórios parceiros e recebi as fotos na minha casa”, lembra a pesquisadora, que contou com a parceria do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
“Essas parcerias fazem toda a diferença”, afirma Ataide. “Não somos especialistas em tudo, por isso precisamos das parcerias”, reitera Mazzola. Para a professora, a pesquisa mostra-se promissora também aos olhos das instituições de fomento. “Isso é valioso porque não é fácil conseguir auxílio para pesquisa. E nós queremos transformar a nossa pesquisa em algo prático, que chegue ao paciente e ao mercado, um produto farmacêutico eficiente e acessível na prateleira”, diz a orientadora.
Há vagas para estudantes de mestrado e doutorado, com formação em Farmácia, Biologia, Biomedicina ou Química, para pesquisa nas áreas de 1) síntese de novos fármacos; 2) farmacocinética (LC-MS/MS/DAD); 3) metabolômica e 4) estudos de estrutura e atividade por ressonância magnética nuclear, sob orientação da Drª Silvana Aparecida Rocco, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Unicamp.
O grupo de pesquisa, no Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear do Laboratório Nacional de Biociências (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), tem os seguintes projetos de pesquisa em andamento: 1) Interfaces Avançadas em Espectroscopia e Espectrometria Bioanalítica nas Análises Metabolômicas e de ADME (Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção) in vitro e in vivo; 2) Potencial Farmacológico de Pirazolopirimidinas como inibidores de quinases (CNPq); e 3) Síntese Direcionada de Derivados Heterocíclicos Nitrogenados: Funcionalização e Caracterização Estrutural de Promissores Inibidores da Enzima MetRS2 por Meio de Ensaios Bioquímicos e Ressonância Magnética Nuclear.
Mais uma Jornada de Iniciação Científica, organizada pelo Centro Acadêmico de Farmácia, ocorreu na noite de 29 de abril, na sala PB08.
Na oportunidade, a professora Wanda Pereira Almeida falou sobre Iniciação Científica e vida acadêmica: a pesquisa no Laboratório de Desenvolvimento de Fármacos e Medicamentos; em seguida, houve uma apresentação da graduanda Maria Teresa Iorio de Moraes, que desenvolve a pesquisa de iniciação científica Estudo de viabilidade de wafers bucais para veiculação de ficocianina e ação local, sob orientação da professora Laura de Oliveira Nascimento no Laboratório de Tecnologia Farmacêutica.
A regulamentação da produção, da distribuição e do uso terapêutico da Cannabis no Brasil será debatida em Seminário Internacional, no Centro de Convenções (CDC) da Unicamp, no dia 9 de maio, a partir das 8h30. O evento é organizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) da Unicamp. O Seminário visa subsidiar políticas públicas e tomadas de decisão a respeito da regulamentação do cultivo em solo nacional. As inscrições devem ser realizadas no link.
De acordo com o Prof. Dr. José Luiz da Costa, assessor da PROEC, o Seminário terá três momentos. O primeiro com os palestrantes internacionais, que devem trazer suas experiências com o processo de regulamentação do uso terapêutico da Cannabis. Na sequência, os pesquisadores brasileiros trarão as atualizações sobre a pesquisa que vem sendo realizada no país. À tarde, representantes dos diversos órgãos do Governo Federal, envolvidos no debate, devem abordar aspectos legais e políticos dessa regulamentação.
Docentes, funcionários e ex-funcionários da Faculdade de Ciências Farmacêuticas estiveram reunidos no último dia 27 de março para comemorar os 10 anos da Faculdade e os 20 anos de curso de Farmácia
No último dia 27 de março, uma solenidade realizada na Casa do Professor Visitante marcou os 10 anos da FCF e os 20 anos do curso de Farmácia da Unicamp, seguida de um almoço de confraternização.
Na ocasião, o Prof. Dr. Rodrigo Ramos Catharino, diretor da FCF, destacou os números alcançados pela Faculdade em sua primeira década de existência, salientando a formação de mais de 500 farmacêuticos e farmacêuticas no período de 20 anos. O reitor da Unicamp, Prof. Dr. Antonio José de Almeida Meirelles, destacou que datas comemorativas são momentos de alegria e também de reflexão sobre o que foi construído ao longo do tempo e também sobre o futuro. Além disso, em sua mensagem, comentou a importância da FCF para o desenvolvimento do país.
A Profª Drª Priscila Gava Mazzola, diretora associada da FCF, entregou as homenagens ao Prof. Dr. João Alexandre Ferreira da Rocha Pereira, docente aposentado da Faculdade de Engenharia Química e idealizador do curso de Farmácia; e do ex-funcionário Luis Fernando Teixeira, primeiro funcionário do curso de Farmácia da Unicamp.
Além de 17 docentes e 19 servidores das carreiras Paepe e Pq atualmente lotados na FCF, estiveram presentes os pró-reitores Prof. Dr. Fernando Antonio Santos Coelho (PROEC) e Prof. Dr. Ivan Felizardo Contrera Toro (FCF), além do Dr. Adilson Sartoratto, representando o CPQBA, do Prof. Dr. Marcos Cesar de Oliveira, representando o IFGW, e da farmacêutica Lilian Cristina Fagan, delegada regional adjunta do CRF Seccional de Campinas; e as farmacêuticas Deise de Souza Ventura (HES), Lara Paro Dias (HC) e Larissa Saito da Costa Yoshida (CAISM).
Também participaram da confraternização a Profª Drª Célia Regina Garlipp, da FCM, diretora associada pró-tempore da FCF, de 2014 a 2016; as ex-assistentes técnicas de unidade Monica Rovigati, Ana Paula Montagner e Núbia Camila de Souza Porfirio; e os ex-funcionários Karin Maia Monteiro, Monica Hallam Simões, Patricia Costa Schultz Pereira, Rafael Felipe Reatti, Sabrina Lemos Lopes dos Santos e Zaira Gonzaga Machado.
A organização do evento foi da equipe composta pelos servidores Eliciany Miranda Sanches (Diretoria), Glauciane Clemente (Extensão) e Gustavo Teramatsu (Pós-Graduação), junto à equipe da Casa do Professor Visitante.
Fotografias: Elisa Christina Tobias Martins de Paula e João Batista Marques.
A busca por novos procedimentos que potencializem os efeitos positivos dos tratamentos convencionais contra o câncer e que deem mais qualidade de vida a pacientes mobiliza pesquisadores de diversas áreas. Na Unicamp, um estudo conduzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) investiga os benefícios que alguns componentes encontrados no veneno de uma espécie de aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer) podem proporcionar no combate ao câncer de mama. Os resultados obtidos até o momento indicam que o uso desses compostos combinado com o de quimioterápicos retardou a progressão de tumores e aumentou o bem-estar de camundongos fêmea. A análise faz parte da pesquisa de doutorado de Ingrid Trevisan e os testes foram conduzidos no Laboratório de Terapias Avançadas (Latera), coordenado pela professora Catarina Rapôso, orientadora de Trevisan.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, no período entre 2023 e 2025, prevê-se o diagnóstico de 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil, sendo esse o câncer de maior incidência em mulheres depois do câncer de pele. Por se tratar de uma enfermidade decorrente do crescimento desordenado de células mamárias, a doença é muito comum entre animais mamíferos, respondendo, por exemplo, por 45% a 50% das neoplasias identificadas em cadelas, de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Moléculas de interesse
O interesse pelo veneno da aranha-armadeira acompanha a trajetória de Rapôso desde sua pós-graduação. Na época, a cientista integrava projetos de pesquisa do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp que investigavam propriedades gerais do composto. Segundo a professora, o veneno dessa espécie de aracnídeo chama a atenção por atuar no sistema nervoso das suas presas, especialmente nas células chamadas astrócitos, causando efeitos neurotóxicos, como convulsões. Ciente desse efeito, Rapôso analisou a ação do composto em células cancerígenas formadas em tecidos nervosos, os gliomas. “Gliomas são tumores do sistema nervoso central que se originam, principalmente, nos astrócitos. Como o veneno tem um efeito muito seletivo em astrócitos, pensei nessa possibilidade de aplicação”, explica.
A resposta farmacológica positiva do veneno sobre gliomas humanos abriu caminho para o trabalho com outras células tumorais, desta vez caninas, tais como o mastocitoma, o linfoma cutâneo, os carcinomas de bexiga e os carcinomas de mama. Nos quatro casos, o veneno da aranha também apresentou bons resultados. A escolha por dar prosseguimentos às análises, concentrando-se em células de câncer de mama, deveu-se à sua experiência como médica veterinária. “Assim como no caso dos seres humanos, em pacientes veterinários o câncer de mama é muito heterogêneo, podendo haver diferenças entre tecidos dentro do mesmo tumor”, descreve a pesquisadora, ressaltando que a resposta obtida até então dizia respeito a modelos celulares in vitro.
Antes dos testes em animais de laboratório, as pesquisadoras trabalharam na separação dos componentes do veneno para identificar quais moléculas eram as responsáveis pela resposta farmacológica. O procedimento, necessário pois não seria possível aplicar o veneno bruto dada sua toxicidade, realizou-se por meio de um processo de separação baseado na massa molecular dos componentes. Com isso, as cientistas chegaram a duas moléculas de interesse: uma delas ataca diretamente as células tumorais, retardando o processo de metástase, e a outra atua na modulação do sistema imunológico. De acordo com Rapôso, esse efeito se mostra proveitoso no tratamento da doença pois estimula uma resposta imune mais equilibrada. “As terapias imunológicas para câncer têm o problema de induzirem respostas muito exacerbadas, podendo levar a uma inflamação generalizada do organismo, como uma espécie de sepse”, aponta.
Após sua identificação e seu isolamento, a segunda molécula foi testada em camundongos fêmea que apresentavam tumor mamário experimental, isto é, induzido em laboratório. As pesquisadoras fizeram três tipos de teste: com a molécula isolada, com ela combinada a um quimioterápico convencional e apenas com o quimioterápico. Nas duas primeiras modalidades, observou-se uma redução em torno de 30% nos tumores. No caso do combinado, os tumores mostraram-se mais receptivos à resposta imune do organismo, além de ter sido registrada uma melhora no bem-estar dos animais. “Vimos que elas [os camundongos fêmea] ficavam muito mais dispostas, comiam mais e não sofriam com a toxicidade da quimioterapia convencional”, detalha Trevisan.
Para a realização dos testes, as pesquisadoras contaram com diversas parcerias, entre elas com o IB da Unicamp, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo, a Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP), e uma clínica de oncologia veterinária de Campinas.
Novos tratamentos
Depois da produção de uma molécula sintetizada em laboratório, o próximo passo da pesquisa será testar os seus efeitos. Nessa nova fase, a sobrevida dos animais após o tratamento será analisada. A doutoranda explica que, dependendo dos resultados que obtiverem, os compostos serão testados em animais em clínicas veterinárias parceiras. A ideia consiste em tratar cadelas com câncer de mama, em uma etapa que pode abrir caminhos para futuros testes clínicos. “Se tivermos uma resposta positiva, teremos uma evidência do potencial da sua aplicação em seres humanos.”
O projeto de Rapôso e Trevisan vai ao encontro de uma tendência crescente da indústria farmacêutica: o interesse por fontes naturais para o desenvolvimento de fármacos. Nos últimos anos, o avanço tecnológico nesse campo contribuiu para colocar os produtos naturais como líderes na produção de medicamentos. No caso do câncer, isso significa uma possibilidade a mais de combater uma doença que ataca o organismo de várias maneiras. “A terapia combinada tem sido uma estratégia muito usada, muito pesquisada. E parece ser valiosa para o tratamento do câncer. Isso faz sentido porque essa é uma doença com vários mecanismos envolvidos. Não adianta atuarmos com apenas uma estratégia de combate”, defende Rapôso.
Confira mais um vídeo da série Minha Pesquisa, produzido pela equipe da Assessoria de Comunicação da FCF.
Neste mês, a convidada é a pós-doutoranda Drª Valquiria Matheus, que atua no Laboratório de Terapias Avançadas sob supervisão da Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro. Valquíria estuda o processo de disbiose no período gestacional e sua pesquisa é importante para o desenvolvimento de novas políticas públicas voltadas às pessoas gestantes diagnosticadas com disbiose.
No último dia 27 de março, a Profª Drª Taís Freire Galvão, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, assumiu o cargo de Coordenadora-Geral de Editoração Técnico-Científica em Vigilância em Saúde (CGEVSA), criado no final de 2023 para coordenar a divulgação técnico-científica no âmbito da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde.
Vinculada ao Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (DAEVS), a coordenação assumida pela professora Taís será responsável pelos processos de produção editorial de instrumentos consolidados de divulgação da SVSA, entre os quais se destacam a revista Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS, periódico científico indexado nas principais bases de dados da saúde e com fator de impacto de 2,5 (Journal Citation Reports, 2022), os Boletins Epidemiológicos e o Guia de Vigilância em Saúde.
Nas fotos, a professora Taís posa ao lado de Guilherme Loureiro Werneck, Diretor do Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (DAEVS), Ethel Leonor Noia Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e com o Zé Gotinha, ao assinar o termo de posse.