Texto: Gustavo Teramatsu | Foto: Ariadne Barroso/Shutterstock

O projeto Arquitetura de rede neural transformer no treinamento de um Modelo de Linguagem de Grande Porte (LLM) para o acesso a informações sobre o uso de medicamentos (Neural Network Transformer Architecture in Training a Large Language Model (LLM) for Accessing Information on Medication Use), liderado pela professora Elisdete Maria Santos de Jesus, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, é uma das nove propostas aprovadas entre 235 submissões de todo o país no edital Grand Challenges Inteligência Artificial — iniciativa do programa Grand Challenges Brazil, resultado da parceria da Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e da Fundação Bill & Melinda Gates, por meio da Global Grand Challenges.

O projeto está vinculado à pesquisa de doutorado em Ciências Farmacêuticas de Amancio Damasceno, farmacêutico e mestre em Ciências da Saúde e Biológicas pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, orientado pela professora Elisdete. O objetivo é treinar um modelo de linguagem de grande porte (LLM) para leitura de bulas de medicamentos e geração de resumos precisos e atualizados de como utilizar o medicamento que sejam mais fáceis de entender por pacientes e profissionais de saúde.

“Um destaque importante é que, dos nove projetos de IA selecionados, seis são liderados por mulheres, isso é um avanço significativo, pois a tecnologia historicamente tem sido dominada por homens”, sublinhou Ana Estela Haddad, professora titular da USP e atual secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, que participou do Seminário Marco Zero da Chamada Grand Challenges de Inteligência Artificial, realizado no último dia 28 de agosto. O encontro foi o primeiro contato entre pesquisadores e gestores do Ministério da Saúde, para alinhamento das propostas selecionadas em relação às expectativas e as necessidades das áreas técnicas envolvidas e discussão da aplicabilidade ao Sistema Único de Saúde. Também estão previstos seminários parciais e um seminário final.

As propostas aprovadas no Brasil foram anunciadas no último dia 31 de julho junto com projetos que serão desenvolvidos em dez países da África — África do Sul, Camarões, Etiópia, Gana, Madagascar, Quênia, República Centro-Africana, Ruanda, Senegal e Uganda.

Pesquisadores no Seminário Marco Zero, no último dia 28 de agosto. Foto: acervo pessoal

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