Simpósio sobre Saúde Mental: “Loucura, Ódio e Medicamento”

Organizadores: Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho, Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, e Cláudia Cristina Antonelli,  Psicanalista e Doutoranda da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.

 

13 de agosto de 2018, no Auditório II do Centro de Convenções
Endereço: Avenida Érico Veríssimo, 500 – Cidade Universitária “Zeferino Vaz”

 

Inscrição gratuita no local do evento
Certificados de participação: serão enviados por e-mail


PALESTRANTES:
Cláudia Cristina Antonelli
Daniel Goulart Rigotti
Francielly Damas
Isabela Cardia
José Alves Freitas Neto
Leonardo Duart Bastos
Maria Alice Castello de Andrade
Maria Teresa Vignoli
Marina Oliveira Costa
Mário Eduardo Costa Pereira

 


CRÉDITO IMAGEM: JOSÉ ALBERTO DE ALMEIDA
ACERVO MUSEU DE IMAGENS DO INCONSCIENTE (RJ) ÓLEO SOBRE TELA

 

PROGRAMAÇÃO:


1.    9h-10h30 (9h-10h + 1/2h debate)
MESA: COM E SEM MEDICAMENTO NOS CUIDADOS PSÍQUICOS: COM A PALAVRA.


Maria Alice Castello de Andrade: Crianças e jovens desatentos ou desatendidos?
Considerações a partir da clínica psicopedagógica e de noções ampliadas de saúde e cuidados.

Mário Eduardo Costa Pereira: O Pharmakon e a palavra que o acompanha.
O Pharmakon dos gregos, nos recorda Derrida, é um termo que designa ao mesmo tempo o remédio e o veneno. A therapeia depende da sutil escuta da anamnesis e da palavra do médico que acompanha a prescrição.

2.    10h30-12h30 (10h30-12h00 + 1/2h debate)
MESA: ABORDAGENS NÃO MEDICAMENTOSAS DAS EXPRESSÕES MENTAIS.


Leonardo Duart Bastos: Ouvir Vozes: curar ou cuidar. Estratégias e experiências dos grupos de Ouvidores de vozes.

Marina de Oliveira Costa: De que cor será sentir?
A mediação terapêutica e a  presença do psicanalista como possibilidades constitutivas do sujeito. Articulação entre a imagem e a palavra, em busca de um lugar novo.  
Maria Teresa Vignoli: Nise da Silveira: Sua vida e seu legado.
História de Nise da Silveira, acompanhada de comentários sobre os aspectos principais de seu trabalho e pioneirismo na humanização do atendimento em saúde mental.

 

ALMOÇO 12h30-14h


3.    14h-15h30 (14h-15h + 1/2h debate)
MESA: O CUIDADO DA SAÚDE MENTAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Daniel Goulart Rigotti: “Para quem serve o medicamento? ”
Reflexões sobre o lugar subjetivo da medicação em saúde mental.
Francielly Damas: Cuidado Farmacêutico e Saúde Mental: Possibilidades de produção de autonomia no cuidado ao sofrimento psíquico.


4.    15h30-17h (15h30-16h30 + 1/2h debate)
MESA: CAMINHOS E CONTEXTOS.

Isabela Cardia: A Saúde Mental do jovem universitário: Quem fui, quem sou, para onde vou mesmo?
O período universitário se caracteriza por um momento crítico, diante do qual o jovem vive conflitos que dizem respeito à responsabilidade e autonomia, desejos e necessidades.

Cláudia Cristina Antonelli: Uma breve história da Loucura: da Fogueira à Indústria farmacêutica.  
A assim chamada loucura tem lugar e tempo. É atravessada por seu contexto e pelos dispositivos próprios de cada época.  Desde as tentativas de total exclusão social, passando por práticas danosas, até a prescrição e uso banalizados do medicamento. Faz-se necessária a discriminação entre cuidados e interesses. Qual o cenário hoje?


5.    17.00-18.30 – PALESTRA: O lugar de cada um: forças e conformações em um inventário sobre a sociedade brasileira com José Alves de Freitas Neto
As relações entre indivíduos e sociedades tornam-se mais complexas em períodos de crises prolongadas. As perguntas em torno de modelos filosóficos, experiências históricas e a construção de um futuro diferente do mundo em que se vive explicitam incômodos e dilemas éticos que demandam uma reflexão ampla sobre o papel dos indivíduos e seus espaços de atuação. Partindo de um diagnóstico sobre a atual crise brasileira serão apresentados e discutidos os fundamentos desta crise e o descompasso entre as pessoas e os diversos grupos sociais com os quais interagimos no cotidiano, a partir de contribuições da Filosofia e da História.

 

OS PALESTRANTES:


Cláudia Cristina Antonelli é Psicóloga especialista em Saúde Mental, Mestre em Psicologia Clínica e atualmente doutoranda da FCM, Unicamp.  Faz formação em Psicanálise pela IPA (International Psychoanalytical Association) e é Editora da IPSO (International Psychoanalytical Studies Organization). Atende em consultório particular e escreve no Caderno C do Correio Popular quinzenalmente sobre aspectos diversos da Cultura.


Daniel Goulart Rigotti é Psicólogo trabalhador do SUS por mais de vinte anos, mestre em Saúde Coletiva pela Unicamp e professor e supervisor de estágio do curso de Psicologia da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados, MS.


Francielly Damas é farmacêutica com residência em Saúde de Família e Comunidade e mestrado em Saúde Coletiva. Atua na Rede SUS Campinas e possui experiência em gestão, educação e assistência em serviços de atenção básica e saúde mental.


Isabela Cardia é Psicóloga, em formação pelo GEPCampinas (Grupo de Estudos Psicanalíticos de Campinas). Atendeu por 8 anos no SAPPE (Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante, Unicamp). Atende atualmente em consultório particular.


José Alves Freitas Neto é Professor Livre-Docente do Departamento de História da Unicamp, com mestrado em Filosofia (PUC-SP), Doutorado em História (USP) e pós-doutorado no Institute of Latin American Studies da Columbia University (New York). Autor de livros como “Bartolomé de las Casas” e “História Geral e do Brasil” e co-autor de “A Escrita da Memória”. Tem diversas publicações nas áreas de cultura, política, história e ensino. Atualmente é colunista do Jornal da Unicamp e Coordenador da Comissão de Vestibulares da Unicamp (COMVEST).

Leonardo Duart Bastos é Psicólogo, atua como supervisor institucional em serviços e organizações ligadas à saúde mental e assistência social, conselheiro no Conselho Municipal de Assistência Social de Campinas pelo CRP, membro fundador do Grupo de Ouvidores de Vozes, diretor fundador do Instituto Conduzir, Coordenador de projetos na Cáritas de Campinas em ações voltadas para pessoas em situação de rua, também psicoterapeuta numa perspectiva psicodinâmica.

Maria Alice Castello de Andrade é pedagoga pela USP e especializou-se em psicopedagogia pela PUC-SP, instituição em que obteve ainda o título de mestre em Psicologia Clínica. Atualmente, trabalha em consultório particular como psicopedagoga clínica. Tem experiência na área da educação com ênfase em psicopedagogia, principalmente nos temas: aprendizagem; avaliação e intervenção psicopedagógica; orientação familiar e escolar; supervisão a psicopedagogos.

Maria Teresa Vignoli é Psicóloga (UFRJ), Especialista em Gestalt-Terapia e Psicologia Analítica, supervisora e professora colaboradora do Satori-GT/Campinas e do Instituto de Gestalt-Terapia de São Paulo. Estagiou no Museu de Imagens do Insconsciente, sob a supervisão de Nise da Silveira, na década de 70. Foi consultora de texto e revisora inicial do livro Nise da Silveira –  caminhos de uma psiquiatra rebelde, de Luiz Carlos Mello, diretor do Museu (Automática Edições, 2014)

Marina de Oliveira Costa é artista plástica, psicodramatista, mestre em  Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), advogada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Vive e trabalha em São Paulo. A partir de sua formação em Psicodrama, passa a aliar a arte com foco maior na pintura como expressão artística, ao seu trabalho terapêutico, o que lhe possibilitou uma experiência de mais de dez anos em um hospital-dia da periferia, com os pacientes ditos “difíceis”. Essa experiência foi narrada em seu livro que leva o mesmo nome, “De que cor será sentir, método psicanalítico na psicose”, que recebeu o prêmio Jabuti em 2017.

Mário Eduardo Costa Pereira é Psiquiatra e Psicanalista; Professor Titular de Psicopatologia Clinica; Professor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM-Unicamp onde dirige o LaPSuS – Laboratório de Psicopatologia: sujeito e singularidade.