Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Julia Soto Rizzato
Prioridades de publicação de temas para o desenvolvimento sustentável em periódicos farmacêuticos
Auditório da FCF
Presidente
Profª Drª Taís Freire Galvão — FCF / Unicamp
Membros titulares
Profª Drª Maria Auxiliadora Parreiras Martins — FAFAR / UFMG
Profª Drª Mariangela Ribeiro Resende — FCM / Unicamp
Membros suplentes
Profª Drª Priscila Gava Mazzola — FCF / Unicamp
Profª Drª Noemia Urruth Leão Tavares — FS / UnB
Profª Drª Daniela Fernanda dos Santos Alves — FENF/ Unicamp
Resumo
Introdução: A comunicação científica fundamenta-se na publicação de pesquisas em periódicos. O interesse em pesquisa na área e recurso influenciam os temas publicados. Monitorar publicações sobre a meta 3.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) permitiria checar como a prioridade de pesquisa e publicação encontram-se e traçar estratégias de promoção à pesquisa e políticas públicas pertinentes. Objetivos: Avaliar proporção de publicações sobre epidemias as previstas para acabar até 2030 dos ODS meta 3.3 (aids, tuberculose e malária) em periódicos farmacêuticos do Journal Citation Reports (JCR). Métodos: Estudo transversal com periódicos Pharmacology & Pharmacy do JCR. Desfecho primário foi prioridade de publicação sobre aids, tuberculose e malária (≥2%). Indicadores bibliométricos foram exportados do JCR e o total de publicações sobre ODS3.3 do Web of Science Core Collection. País de origem dos editores foi identificado nos periódicos e classificado segundo renda pelo Banco Mundial (baixa e média ou alta). O sexo dos editores foi categorizado em masculino/feminino, utilizando informações disponíveis ou >65% de certeza no Genderize.io. Razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) foram calculados por regressão de Poisson. Resultados: De 354 periódicos, 5 foram excluídos por descontinuação. A maioria era liderada por editores homens (78,7%) e de países de alta renda (84,1%), não tinha paridade de gênero no corpo editorial (86,7%), foi iniciado entre 1991-2010 (40,1%) e não eram de acesso aberto (63,3%). Maioria dos periódicos que priorizaram ODS3.3 teve editor-chefe de país desenvolvido (85,7%, p<0,001), fundada a partir de 2011 (73,5%, p<0,001) e tinham acesso aberto (71,9%, p=0,015). Maior prioridade de publicação sobre o ODS3.3 foi observada em periódicos iniciados a partir de 2011 (RP=1,68; IC 95%:1,16‒2,43) e com editores-chefe de países de baixa e média renda (RP=1,44; IC 95%:1,05‒1,99). Conclusão: Periódicos fundados mais recentemente e aqueles com editores-chefes de países em desenvolvimento publicaram mais artigos sobre o ODS3.3. Aumentar a diversidade editorial pode ser uma estratégia importante para promover a publicação de pesquisas sobre essas doenças negligenciadas, de modo a colaborar com o atendimento dos ODS até 2030