Defesa de Dissertação de Mestrado — Flora Miranda Ulgheri

Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

Flora Miranda Ulgheri

Desenvolvimento de vacina tetravalente para o vírus da dengue com a utilização de vesícula de membrana externa (OMVs)

Auditório da FCF

Presidente
Prof. Dr. Marcelo Lancellotti — FCF / Unicamp

Membros titulares
Prof. Dr. Paulo Vitor Farago — Defar / UEPG
Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro — FCF / Unicamp

Membros suplentes
Profª Drª Celia Regina Garlipp — FCM / Unicamp
Profª Drª Elisdete Maria Santos de Jesus — FCF / Unicamp
Prof. Dr. Marcelo Brocchi — IB / Unicamp

Resumo
A invenção da primeira vacina foi fundamental para o contínuo combate às doenças infecciosas, que perduram até hoje como uma grande questão de saúde pública mundial. Dentro deste cenário, o vírus da dengue vem se destacando pela sua vasta presença no hemisfério sul, tendo causado surtos epidêmicos crescentes em diversos países. Somente no ano de 2024, a dengue foi uma doença que acometeu aproximadamente 6,5 milhões de pessoas no Brasil e coloca atualmente 2,5 bilhões de pessoas em risco de infecção ao redor do mundo. Tendo isso em vista, esta pesquisa tem como objetivo produzir uma vacina tetravalente anti dengue a partir da utilização de OMVs de N. meningitidis e H. influenzae como adjuvantes, funcionando-as com o vírus inativado. Este projeto também busca caracterizar e testar tais vacinas em modelos animais murinos, para verificação da geração de uma imunidade significativa. Para tal objetivo ser alcançado, foram desenvolvidas duas formulações vacinais finais, uma com OMV de N. meningitidis fusionadas com os quatro sorotipos virais da dengue inativados por formol e outra com OMV de H. influenzae fusionadas com os quatro sorotipos virais da dengue inativados por aquecimento. O vírus foi cultivado em células Vero E6 e fusionado às vesículas por agitação durante 24h. As formulações passaram por análises no NTA para confirmação da fusão e também foi realizada titulação. Para realização do teste de imunização foram utilizados camundongos Swiss não isogênico, após o qual se analisou a produção de IgG total, IgG1, IgM e IgA por ELISA. Ambos os métodos de inativação se mostraram eficientes para a inativação do vírus. Os resultados fornecidos pelo NTA evidenciaram que a fusão das vesículas com os quatro sorotipos foi efetiva. No referente à geração de imunidade, a vacina de OMV de N. meningitidis foi capaz de gerar níveis significativos de IgG total e IgG1 em todas as diluições propostas, enquanto a vacina de OMV de H. influenzae, apesar de também gerar respostas de ambas as imunoglobulinas, não foi capaz de atingir níveis tão expressivos. Quanto à análise de IgM e IgA, nenhuma das formulações gerou respostas expressivas, o que já era esperado. Os resultados obtidos demonstram que as formulações desenvolvidas possuem o potencial de gerar anticorpos neutralizantes anti dengue, embora apenas a de OMV de N. meningitidis produza níveis mais elevados de IgG total e IgG1.