Defesa de Dissertação de Mestrado
Isabella Bagni Nakamura
Autoavaliação de saúde de acordo com gênero e fatores associados em Manaus, 2019
Auditório da FCF
Presidente
Profª Drª Taís Freire Galvão — FCF / Unicamp
Membros titulares
Profª Drª Marilisa Berti de Azevedo Barros — FCM / Unicamp
Profª Drª Margareth Guimarães Lima — FCM / Unicamp
Membros suplentes
Prof. Dr. Daniel Fábio Kawano — FCF / Unicamp
Profª Drª Julicristie Machado de Oliveira — FCA / Unicamp
Profª Drª Priscila Gava Mazzola — FCF / Unicamp
Resumo
Desigualdades de gênero se traduzem em vulnerabilidades que prejudicam a qualidade de vida e o estado de saúde percebido pelos indivíduos. A pior autoavaliação de saúde é mais frequente entre mulheres do que entre homens, sendo afetada por hábitos de vida como a alimentação. Em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica no Brasil, como a Amazônia, os efeitos da desigualdade de gênero são mais acentuados, e mulheres residentes nessas regiões podem sofrer com problemas de saúde e pior estado de saúde. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência da autoavaliação de saúde ruim entre adultos residentes em Manaus, Amazonas, de acordo com o gênero, e investigar os fatores associados ao desfecho. Com base nos dados de estudo transversal de base populacional realizado na cidade de Manaus em 2019, foram calculadas as razões de prevalências (RP) brutas e ajustadas autoavaliação de saúde ruim em relação às variáveis, em modelos separados por gênero. O estudo incluiu 2.321 participantes, em sua maioria mulheres (53,1%), pessoas com idade entre 25 e 34 anos (25,2%), raça/cor da pele negra (pretos, pardos e indígenas: 85,1%), que estavam desempregadas na ocasião da entrevista (44,3%), cursaram até o ensino médio (49,4%) e praticavam religião evangélica (46,6%). A prevalência de autoavaliação de saúde ruim foi maior nas mulheres (41,1%; IC95% 38,4;43,9%) do que nos homens (30,7%; IC95% 27,9;33,6%). Saúde ruim foi maior entre evangélicas (RP = 1,20; IC95% 1,05;1,37), com uma (RP = 1,60; IC95% 1,28;2,00) ou mais (RP = 2,40; IC95% 1,96;2,93) doenças crônicas, em insegurança alimentar leve (RP = 1,25; IC95% 1,03;1,52), moderada (RP = 1,60; IC95% 1,29;1,98) e grave (RP = 1,70; IC95% 1,38;2,09). Nos homens, saúde ruim foi maior em insegurança alimentar moderada (RP = 1,60; IC95% 1,25;2,05) e na presença de uma (RP = 1,87; IC95% 1,40;2,49) ou mais (RP = 3,87; IC95% 2,98;5,03) doenças crônicas. A prevalência da autoavaliação de saúde ruim foi elevada entre adultos residentes em Manaus, e maior nas mulheres do que nos homens. Dificuldades na alimentação e presença de multimorbidades pioraram a avaliação do estado de saúde dos manauaras. Nas mulheres, todos os níveis de insegurança alimentar pioraram o estado de saúde, que também foi maior entre as que praticavam a religião evangélica.