Defesa de Dissertação de Mestrado
Louise Idalgo Vasques
Avaliação da eficácia de formulações cosméticas contendo tetraisopalmitato de ascorbila (VC-IPⓇ) associado à eletroestimulação cutânea e a melhora da ecogenicidade dérmica
Local: Auditório da FCF | transmissão ao vivo
Presidente
Profª Drª Gislaine Ricci Leonardi — FCF / Unicamp
Membros titulares
Profª Drª Audrey Alesandra Stinghen Garcia Lonni — UEL
Profª Drª Michelle Franz Montan Braga Leite — FOP / Unicamp
Membros suplentes
Profª Drª Gisele Mara Silva Gonçalves — PUC-Campinas
Profª Drª Vânia Rodrigues Leite e Silva — ICAQF / Unifesp
Profª Drª Elissa Arantes Ostrosky — CCS / UFRN
Resumo: O envelhecimento da população mundial tem gerado profundas mudanças no pensamento do que se considera envelhecimento saudável, aumentando a procura por produtos capazes de suprir as necessidades da pele madura com ativos seguros e eficazes na minimização dos sinais do envelhecimento. Nesse sentido, destaca-se a Vitamina C (ácido ascórbico – AA). O AA é conhecido por suas propriedades antioxidantes, clareadoras e por fazer parte do mecanismo de síntese do colágeno, proteína responsável pela construção de tecidos de sustentação e revestimento do corpo. Contudo, o reservatório de AA na pele é muito baixo quando a sua fonte é somente proveniente da dieta e, dessa forma, sua aplicação tópica é altamente recomendada. Porém, formulações cosméticas contendo AA são instáveis devido à sua rápida oxidação quando em contato com a água ou luz, demandando um maior controle do pH e proteção contra exposição, o que pode acabar encarecendo os produtos finais. Por isso, derivados estabilizados do AA vêm sendo estudados a fim de contornar esse problema. Entretanto, poucos estudos científicos sobre a eficácia destes derivados, principalmente in vivo, podem ser encontrados. O Tetraisopalmitato de Ascorbila (VC-IPⓇ), é um derivado esterificado do AA e vem apresentando bons resultados na atenuação dos sinais do envelhecimento, contudo, ainda não há um consenso sobre a sua eficácia real, concentração ideal de uso, nem sobre a sua conciliação com outras estratégias de rejuvenescimento da pele. Como o envelhecimento da pele está também relacionado com enfraquecimento do arcabouço de sustentação da mesma, incluindo a musculatura, acredita-se que estratégias de fortalecimento muscular possam ser importantes para a melhora da aparência da pele. Neste sentido, no presente estudo desenvolveu-se formulações cosméticas contendo o VC-IPⓇ em duas diferentes concentrações, 5 e 15%, e avaliou-se sua eficácia in vivo por meio de técnicas biofísicas e de imagem, bem como avaliou-se a associação do uso das formulações com, e sem, a Eletroestimulação Neuromuscular (EENM), uma técnica de fortalecimento muscular usada em clínicas de fisioterapia e estética, para atenuação dos sinais do envelhecimento da pele. As formulações foram distribuídas aleatoriamente entre 54 participantes divididos em dois estudos clínicos e em três grupos: A (placebo), B (com 5% de VC-IPⓇ) e C (formulação com 15% de VC-IPⓇ). Os participantes fizeram aplicação das fórmulações em casa, durante 30 (estudo 1) e 60 dias (estudo 2), uma vez ao dia nos dois antebraços e submeteram-se a sessões de eletroestimulação no antebraço esquerdo uma vez por semana. O uso das formulações promoveu melhora significativa na hidratação de ambos os grupos de intervenção e controle, o que era esperado. Quanto às propriedades viscoelásticas, houve diferenças significativas entre as faixas etárias, mostrando a tendência de perda de elasticidade com o aumento da idade. Nos parâmetros R0 e R5, observou-se uma tendência de aumento no grupo intervenção, mas os valores não foram estatisticamente significativos. O parâmetro R6 teve diminuição significativa entre os tempos no grupo intervenção, especialmente no lado esquerdo e o R7 mostrou aumento significativo no grupo intervenção. Esses resultados sugerem que a formulação tem potencial para neocolagênese, que se reflete na firmeza e elasticidade da pele. As análises das imagens ultrassonográficas mostraram uma tendência de melhora nos parâmetros de organização e textura da pele no grupo controle, mas nenhum aumento foi estatisticamente significativo; no grupo VC-IP 15%, houve um aumento significativo dos seguintes parâmetros: espessura e eco densidade da epiderme, espessura da derme e eco densidade da derme entre os tempos inicial e final.