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Solenidade e homenagens marcam a comemoração dos 10 anos da FCF e dos 20 anos do curso de Farmácia

Docentes, funcionários e ex-funcionários da Faculdade de Ciências Farmacêuticas estiveram reunidos no último dia 27 de março para comemorar os 10 anos da Faculdade e os 20 anos de curso de Farmácia

No último dia 27 de março, uma solenidade realizada na Casa do Professor Visitante marcou os 10 anos da FCF e os 20 anos do curso de Farmácia da Unicamp, seguida de um almoço de confraternização.

Na ocasião, o Prof. Dr. Rodrigo Ramos Catharino, diretor da FCF, destacou os números alcançados pela Faculdade em sua primeira década de existência, salientando a formação de mais de 500 farmacêuticos e farmacêuticas no período de 20 anos. O reitor da Unicamp, Prof. Dr. Antonio José de Almeida Meirelles, destacou que datas comemorativas são momentos de alegria e também de reflexão sobre o que foi construído ao longo do tempo e também sobre o futuro. Além disso, em sua mensagem, comentou a importância da FCF para o desenvolvimento do país.

A Profª Drª Priscila Gava Mazzola, diretora associada da FCF, entregou as homenagens ao Prof. Dr. João Alexandre Ferreira da Rocha Pereira, docente aposentado da Faculdade de Engenharia Química e idealizador do curso de Farmácia; e do ex-funcionário Luis Fernando Teixeira, primeiro funcionário do curso de Farmácia da Unicamp.

Além de 17 docentes e 19 servidores das carreiras Paepe e Pq atualmente lotados na FCF, estiveram presentes os pró-reitores Prof. Dr. Fernando Antonio Santos Coelho (PROEC) e Prof. Dr. Ivan Felizardo Contrera Toro (FCF), além do Dr. Adilson Sartoratto, representando o CPQBA, do Prof. Dr. Marcos Cesar de Oliveira, representando o IFGW, e da farmacêutica Lilian Cristina Fagan, delegada regional adjunta do CRF Seccional de Campinas; e as farmacêuticas Deise de Souza Ventura (HES), Lara Paro Dias (HC) e Larissa Saito da Costa Yoshida (CAISM).

Também participaram da confraternização a Profª Drª Célia Regina Garlipp, da FCM, diretora associada pró-tempore da FCF, de 2014 a 2016; as ex-assistentes técnicas de unidade Monica Rovigati, Ana Paula Montagner e Núbia Camila de Souza Porfirio; e os ex-funcionários Karin Maia Monteiro, Monica Hallam Simões, Patricia Costa Schultz Pereira, Rafael Felipe Reatti, Sabrina Lemos Lopes dos Santos e Zaira Gonzaga Machado.

A organização do evento foi da equipe composta pelos servidores Eliciany Miranda Sanches (Diretoria), Glauciane Clemente (Extensão) e Gustavo Teramatsu (Pós-Graduação), junto à equipe da Casa do Professor Visitante.

Fotografias: Elisa Christina Tobias Martins de Paula e João Batista Marques.

Jornal da Unicamp: Veneno de aranha-armadeira apresenta bons resultados em tratamento de câncer de mama

A doutoranda Ingrid Trevisan (à esq.) e a professora Catarina Rapôso, coordenadora do Latera e orientadora da pesquisa: resultados promissores

Testado em camundongos, composto retardou a progressão de tumores; pesquisa abre espaço para novas terapias

Publicado na Edição 704 do Jornal da Unicamp | Texto: Felipe Mateus Foto: Antonio Scarpinetti

A busca por novos procedimentos que potencializem os efeitos positivos dos tratamentos convencionais contra o câncer e que deem mais qualidade de vida a pacientes mobiliza pesquisadores de diversas áreas. Na Unicamp, um estudo conduzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) investiga os benefícios que alguns componentes encontrados no veneno de uma espécie de aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer) podem proporcionar no combate ao câncer de mama. Os resultados obtidos até o momento indicam que o uso desses compostos combinado com o de quimioterápicos retardou a progressão de tumores e aumentou o bem-estar de camundongos fêmea. A análise faz parte da pesquisa de doutorado de Ingrid Trevisan e os testes foram conduzidos no Laboratório de Terapias Avançadas (Latera), coordenado pela professora Catarina Rapôso, orientadora de Trevisan.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, no período entre 2023 e 2025, prevê-se o diagnóstico de 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil, sendo esse o câncer de maior incidência em mulheres depois do câncer de pele. Por se tratar de uma enfermidade decorrente do crescimento desordenado de células mamárias, a doença é muito comum entre animais mamíferos, respondendo, por exemplo, por 45% a 50% das neoplasias identificadas em cadelas, de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Moléculas de interesse

O interesse pelo veneno da aranha-armadeira acompanha a trajetória de Rapôso desde sua pós-graduação. Na época, a cientista integrava projetos de pesquisa do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp que investigavam propriedades gerais do composto. Segundo a professora, o veneno dessa espécie de aracnídeo chama a atenção por atuar no sistema nervoso das suas presas, especialmente nas células chamadas astrócitos, causando efeitos neurotóxicos, como convulsões. Ciente desse efeito, Rapôso analisou a ação do composto em células cancerígenas formadas em tecidos nervosos, os gliomas. “Gliomas são tumores do sistema nervoso central que se originam, principalmente, nos astrócitos. Como o veneno tem um efeito muito seletivo em astrócitos, pensei nessa possibilidade de aplicação”, explica.

A resposta farmacológica positiva do veneno sobre gliomas humanos abriu caminho para o trabalho com outras células tumorais, desta vez caninas, tais como o mastocitoma, o linfoma cutâneo, os carcinomas de bexiga e os carcinomas de mama. Nos quatro casos, o veneno da aranha também apresentou bons resultados. A escolha por dar prosseguimentos às análises, concentrando-se em células de câncer de mama, deveu-se à sua experiência como médica veterinária. “Assim como no caso dos seres humanos, em pacientes veterinários o câncer de mama é muito heterogêneo, podendo haver diferenças entre tecidos dentro do mesmo tumor”, descreve a pesquisadora, ressaltando que a resposta obtida até então dizia respeito a modelos celulares in vitro.

Antes dos testes em animais de laboratório, as pesquisadoras trabalharam na separação dos componentes do veneno para identificar quais moléculas eram as responsáveis pela resposta farmacológica. O procedimento, necessário pois não seria possível aplicar o veneno bruto dada sua toxicidade, realizou-se por meio de um processo de separação baseado na massa molecular dos componentes. Com isso, as cientistas chegaram a duas moléculas de interesse: uma delas ataca diretamente as células tumorais, retardando o processo de metástase, e a outra atua na modulação do sistema imunológico. De acordo com Rapôso, esse efeito se mostra proveitoso no tratamento da doença pois estimula uma resposta imune mais equilibrada. “As terapias imunológicas para câncer têm o problema de induzirem respostas muito exacerbadas, podendo levar a uma inflamação generalizada do organismo, como uma espécie de sepse”, aponta.

Após sua identificação e seu isolamento, a segunda molécula foi testada em camundongos fêmea que apresentavam tumor mamário experimental, isto é, induzido em laboratório. As pesquisadoras fizeram três tipos de teste: com a molécula isolada, com ela combinada a um quimioterápico convencional e apenas com o quimioterápico. Nas duas primeiras modalidades, observou-se uma redução em torno de 30% nos tumores. No caso do combinado, os tumores mostraram-se mais receptivos à resposta imune do organismo, além de ter sido registrada uma melhora no bem-estar dos animais. “Vimos que elas [os camundongos fêmea] ficavam muito mais dispostas, comiam mais e não sofriam com a toxicidade da quimioterapia convencional”, detalha Trevisan.

Para a realização dos testes, as pesquisadoras contaram com diversas parcerias, entre elas com o IB da Unicamp, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo, a Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP), e uma clínica de oncologia veterinária de Campinas.

Novos tratamentos

Depois da produção de uma molécula sintetizada em laboratório, o próximo passo da pesquisa será testar os seus efeitos. Nessa nova fase, a sobrevida dos animais após o tratamento será analisada. A doutoranda explica que, dependendo dos resultados que obtiverem, os compostos serão testados em animais em clínicas veterinárias parceiras. A ideia consiste em tratar cadelas com câncer de mama, em uma etapa que pode abrir caminhos para futuros testes clínicos. “Se tivermos uma resposta positiva, teremos uma evidência do potencial da sua aplicação em seres humanos.”

O projeto de Rapôso e Trevisan vai ao encontro de uma tendência crescente da indústria farmacêutica: o interesse por fontes naturais para o desenvolvimento de fármacos. Nos últimos anos, o avanço tecnológico nesse campo contribuiu para colocar os produtos naturais como líderes na produção de medicamentos. No caso do câncer, isso significa uma possibilidade a mais de combater uma doença que ataca o organismo de várias maneiras. “A terapia combinada tem sido uma estratégia muito usada, muito pesquisada. E parece ser valiosa para o tratamento do câncer. Isso faz sentido porque essa é uma doença com vários mecanismos envolvidos. Não adianta atuarmos com apenas uma estratégia de combate”, defende Rapôso.

“Minha Pesquisa”: confira o novo vídeo publicado

Confira mais um vídeo da série Minha Pesquisa, produzido pela equipe da Assessoria de Comunicação da FCF.

Neste mês, a convidada é a pós-doutoranda Drª Valquiria Matheus, que atua no Laboratório de Terapias Avançadas sob supervisão da Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro. Valquíria estuda o processo de disbiose no período gestacional e sua pesquisa é importante para o desenvolvimento de novas políticas públicas voltadas às pessoas gestantes diagnosticadas com disbiose.

Professora da FCF assume a coordenação geral de editoração técnico-científica em vigilância em saúde do Ministério da Saúde

No último dia 27 de março, a Profª Drª Taís Freire Galvão, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, assumiu o cargo de Coordenadora-Geral de Editoração Técnico-Científica em Vigilância em Saúde (CGEVSA), criado no final de 2023 para coordenar a divulgação técnico-científica no âmbito da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde.

Vinculada ao Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (DAEVS), a coordenação assumida pela professora Taís será responsável pelos processos de produção editorial de instrumentos consolidados de divulgação da SVSA, entre os quais se destacam a revista Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do SUS, periódico científico indexado nas principais bases de dados da saúde e com fator de impacto de 2,5 (Journal Citation Reports, 2022), os Boletins Epidemiológicos e o Guia de Vigilância em Saúde.

Nas fotos, a professora Taís posa ao lado de Guilherme Loureiro Werneck, Diretor do Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (DAEVS), Ethel Leonor Noia Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e com o Zé Gotinha, ao assinar o termo de posse.

8ª edição do SAF Talks 2024 discute nanotecnologia, crise climática e carreira

A 8ª edição do SAF Talks traz três palestras online, nos dias 16 a 18 de abril, com inscrição gratuita. O objetivo é a apresentação de temas inovadores e importantes para o crescimento, não só profissional, mas também pessoal do participante. Além disso, ele proporciona aos alunos um maior contato com as mais recentes temáticas e inovações no ramo farmacêutico.

16 de abril, 19h — Nanotecnologia: Desvendando o desenvolvimento de medicamentos utilizando nanopartículas, com Victória Soares Soeiro (FCF / Unicamp)

17 de abril, 19h — A Influência da Crise Climática na Saúde Humana, com Thais Mauad (FM / USP)

18 de abril, 19h — Linkedin, CV e Start: Do 0 ao Estágio, com Pedro Levi (Start Carreiras)

Microbiota intestinal e a gravidez

A microbiota é uma população de organismos microscópicos que habita nosso organismo. Ela está presente em inúmeros lugares do nosso corpo, como, por exemplo, o couro cabeludo, a boca, pulmões, pele e, a mais conhecida, a do intestino. Tal como a nossa impressão digital, que é única para cada ser humano, nosso microbioma é individual. Mesmo sendo muito semelhante, cada pessoa pode ter características distintas de microbiota. A variação está ligada ao tipo de alimentos que são consumidos. Ela é formada por vários micro-organismos, incluindo bactérias, protozoários e vírus. A sua composição varia com a idade, passando por processos de amadurecimento. Apesar de ser composta por micro-organismos que frequentemente associamos a doenças, a microbiota vive em harmonia com o nosso organismo, desde que esteja em condições favoráveis e saudáveis para isto.


Esses micro-organismos evoluem lado a lado conosco e desempenham várias funções vitais no nosso organismo. Eles têm um impacto significativo na saúde e na doença, e estudos mostraram relações entre a composição bacteriana e condições como asma, obesidade, autismo, entre outras. A partir disso, é possível notar que a microbiota, sobretudo a intestinal, tem importante papel em desempenhar as funções de defesa contra micro-organismos prejudiciais, de “treinar” o sistema imune para a diferenciação de substâncias nocivas e benéficas à saúde, além de ajudar na digestão de fibras alimentares, sintetizar vitaminas essenciais e aminoácidos e favorecer a absorção de minerais.
Durante a gravidez, a microbiota intestinal difere entre gestações saudáveis e de alto risco, sofrendo alterações ao longo dos trimestres gestacionais. Além disso, a composição da microbiota intestinal pode ser alterada pela saúde oral precária ou doença inflamatória intestinal, que pode aumentar o risco de parto prematuro. Mães com parto prematuro espontâneo exibiram menor diversidade em seu microbioma intestinal. A literatura revela também que uma microbiota saudável durante a gravidez tem um papel importante na prevenção de alergias no feto, pois diminui a resposta de células de defesa às substâncias que, usualmente, são bastante alergênicas, e na composição do leite materno, apoiando o desenvolvimento da microbiota do recém-nascido.


A colonização do intestino do neonato é afetada pela via de parto e amamentação, o que é também muito dependente da microbiota materna. O leite materno não contém somente bactérias vivas, mas também uma grande variedade de carboidratos complexos que o bebê não consegue digerir. Por isso, esses componentes atuam como probióticos (bactérias) e prebióticos (os carboidratos), influenciando a composição das bactérias presentes no intestino do bebê. A transição do leite materno para os alimentos sólidos ricos em proteína e em fibras leva a um equilíbrio da diversidade das bactérias intestinais, o que, por sua vez, ajuda a criança a ter uma melhor saúde ao fortalecer seu sistema imunológico, melhorar a digestão e absorção de nutrientes e promover o desenvolvimento saudável do sistema gastrointestinal. Os cientistas consideram que, quando a criança tem entre 2-3 anos, a sua microbiota intestinal se assemelha à de um adulto e permanece relativamente estável ao longo da vida, sofrendo pequenas mudanças e adaptações.

No Laboratório de Terapias Avançadas (LATERA), liderado pela Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro, a pesquisadora de pós-doutorado Drª Valquiria Aparecida Matheus estuda a relação entre o microbioma intestinal e sua influência sobre a predisposição ao câncer colorretal.

Texto e arte: Ana Beatriz Carvalho (graduanda em Farmácia, bolsista da Assessoria de Comunicação)
Mentoria: Drª Valquíria Aparecida Matheus
Supervisão: Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro

Vagas de doutorado direto em biologia molecular

Projeto estuda proteínas reguladoras do ciclo celular em busca de biomarcadores diagnósticos e alvos terapêuticos contra o câncer

Agência FAPESP – Duas vagas de doutorado direto com bolsa da FAPESP são oferecidas pelo Projeto Temático “Duas famílias de proteínas reguladoras do ciclo celular: de estudos funcionais e uso como novos marcadores diagnósticos e alvos terapêuticos em câncer”. Inscrições até 13 de abril.

O projeto é desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas, junto ao Laboratório de Mecanismos de Sinalização.

Os bolsistas atuarão em um de dois subprojetos inter-relacionados e intitulados: “Expressão dos domínios de quinase das NEKs para a triagem bioquímica e celular in vitro na busca de novos inibidores anticâncer” e “Expressão de NEK quinases contendo mutações pontuais detectadas em câncer humano e estudo de alterações funcionais associadas a essas mutações em células”.

Os candidatos atuarão com duas ou mais das seguintes técnicas ou abordagens: mutagênese, clonagem e expressão de proteínas recombinantes, ensaios bioquímicos de inibidores de quinases (ensaios de alta triagem), transfecção de células humanas e ensaios funcionais celulares (ciclo celular, apoptose, migração). Devem ter formação em biologia, biomedicina, farmácia, bioquímica, química ou áreas afins.

Mais informações sobre as vagas e as inscrições em: www.fapesp.br/oportunidades/6845/.

A Bolsa de Doutorado Direto fornecida pela FAPESP tem duração de 48 meses e valor mensal de R$ 2.507,10 no primeiro ano, R$ 2.661,60 no segundo ano, R$ 3.694,80 no terceiro ano e R$ 4.572,90 no quarto ano. Um auxílio financeiro equivalente a 30% do valor anual da bolsa será concedido para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa. Os requisitos e benefícios estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/dd.

CPDI Ibrachina Ibrawork lança edital Open-innovation na Saúde para a Unicamp

Com informações da Faculdade de Ciências Médicas (Camila Delmondes)

O Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CPDI) Ibrachina/Ibrawork lançou, recentemente, o edital Open-innovation na Saúde, voltado para projetos de inovação na área da saúde humana nos tópicos de prevenção, diagnóstico, terapêutico, reabilitação, gestão, letramento em saúde, melhoria dos processos e acesso na saúde e transformação digital na saúde.

Acesse o Edital e o Formulário de Submissão.

Mais informações sobre os termos do Edital podem ser obtidas pelo e-mail contato.cpdi@ibrachina.com.br

25 de março: Há dez anos, Conselho Universitário da Unicamp criava a FCF

O percurso para a criação da unidade de ensino e pesquisa mais jovem da Unicamp, que completa hoje dez anos

Texto: Gustavo Teramatsu

Em 1999, o Prof. Dr. João Alexandre Ferreira da Rocha Pereira, então diretor do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas — CPQBA criou uma comissão para elaboração de uma proposta de criação do curso de graduação em Farmácia e da transformação daquele centro de pesquisas criado em 1986 e localizado em Paulínia, no bairro do Betel, em uma Faculdade de Ciências Farmacêuticas. A comissão organizou diversas discussões que envolviam os pesquisadores lá reunidos. Naquele momento, contudo, nenhuma faculdade ou instituto da Unicamp demonstrou interesse em sediar o curso.

A primeira proposta foi encaminhada ao Conselho Universitário da Unicamp e foi acolhida com 6 votos contrários e 7 abstenções, na 72ª Sessão Ordinária, de 29 de maio de 2001 [pauta | ata].

Duas semanas depois, foi designada uma Comissão de Especialistas (Prof. Dr. Octávio Henrique de Oliveira Pavan (IB/Unicamp), Mario José Abdalla Saad (FCM/Unicamp), Glaucia Maria Pastore (FEA/Unicamp), Marcos Nogueira Eberlin (IQ/Unicamp) e Sérgio Henrique Ferreira (1934-2016) (USP / Ribeirão Preto) que, em agosto daquele ano, emitiu pareceres favoráveis tanto à criação do curso quanto à instalação da Faculdade.

As discussões sobre a grade curricular do novo curso avançaram no ano de 2002, envolvendo docentes do Instituto de Biologia, do Instituto de Química e da Faculdade de Ciências Médicas. Com a expansão de cursos e vagas em cursos superiores garantida com recursos do Governo do Estado, surgiu o interesse em acolher o novo curso. Assim, a Congregação do Instituto de Biologia foi expressamente contra a criação de uma nova Faculdade, reivindicando a ampliação de seu próprio espaço físico. Haveria “uma falsa expectativa de que estivesse sendo criada simultaneamente uma Faculdade de Farmácia, com o que o IB não concorda no momento”.

Em novembro, o Prof. Dr. José Luiz Boldrini, pró-reitor de Graduação, constituiu Comissão para elaboração da proposta curricular, composta pelos Profs. Drs. Sigisfredo Luis Brenelli (FCM), João Ernesto de Carvalho (CPQBA), Fernando Antonio Santos Coelho (IQ), Carlos Roque Duarte Correia (IB), Emilio Carlos Elias Bacarat (FCM), Gun Birgitta Bergsten Mendes (FCM), Aureo Tatsumi Yamada (IB) e Fernanda Ramos Gadelha (IB).

A Congregação da Faculdade de Ciências Médicas, em dezembro de 2002, considerou “desejável que a Coordenação [do curso de Farmácia] fique sob a responsabilidade da Faculdade de Ciências Médicas”.

O Conselho Universitário, em 5ª Sessão Extraordinária realizada de 17 de dezembro de 2002 [pauta | ata], aprovou com 55 votos favoráveis e 5 contrários a proposta de criação do curso de graduação em Farmácia, com 40 vagas em período integral.

A coordenação pro-tempore do novo curso foi assumida pelo Prof. Dr. Aureo Tatsumi Yamada, sendo a vice-coordenadora a Profª Drª Gun Birgitta Bergsten Mendes. A composição da comissão de graduação, em um sistema de rodízio anual, foi aprovada em setembro de 2003. Em 2007, o rodízio passou a ser bianual. Foram coordenadores de curso nesse período os professores Aureo Tatsumi Yamada (IB), Nelci Fenalti Höehr (FCM), Carlos Roque Duarte Correia (IQ), Hernandes Faustino de Carvalho (IB), Stephen Hyslop (FCM), Carlos Roque Duarte Correia (IQ), em segundo mandato, e Elaine Minatel (IB).

O primeiro catálogo do curso, de 2004, pode ser consultado na página da Diretoria Acadêmica.

As discussões sobre a criação da FCF foram retomadas no início de 2011, quando um grupo de trabalho foi indicado pela Pró-Reitoria de Graduação – Gil Guerra Junior (FCM), Paulo Mazzafera (IB), Celso Aparecido Bertran (IQ) e Ivo Milton Raimundo Junior (CPQBA), que elaborou um “relatório de análise da viabilidade de criação da Faculdade de Farmácia” em maio daquele ano.

A proposta de criação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, apoiada pelo CPQBA, pela FCM, pelo IB e pelo IQ, foi encaminhada ao Conselho Universitário em novembro de 2012 e discutida na 130ª Sessão Ordinária [ata]. Em seguida, foi indicada uma comissão de especialistas composta pelos professores Liliane Maria Ferrareso Lona (FEQ), Jacks Jorge Junior (FOP), Elizabeth Igne Ferreira (FCF / USP), Adriana Zerlotti Mercadante (FEA) e acadêmico Gustavo Hiroaki Shimizu (IB), que emitiu um parecer apenas um ano depois, em novembro de 2013.

O assunto voltou ao CONSU na 136ª Sessão Ordinária, de 25 de março de 2014, e a criação da FCF foi finalmente aprovada com 60 votos favoráveis e um voto contrário, o do conselheiro Léo Pini Magalhães (FEEC): “Votei contrariamente à aprovação, no momento, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, por entender que um primeiro passo deveria contemplar a criação de um departamento para que o atual curso, já exitoso academicamente, se fortalecesse administrativamente para, então, se for o caso, passar a ter uma estrutura de faculdade. A estrutura departamental já possibilitaria dar uma maior unidade às ações atuais congregando alunos, docentes e laboratórios em uma estrutura física única. Os diversos argumentos favoráveis à criação imediata da Faculdade mostrou nossa dificuldade no item gestão universitária”.

Os documentos da aprovação estão relacionados a seguir:

Farmácia presente na reunião do CONSU de 25 de março de 2014: estudantes da turma 2011: Mariana Cristina da Silva, Washington Roberto da Silva Neto, Louise Lacalendola Tundisi, Profª Elaine Minatel (então coordenadora do curso de Farmácia), Juliana Pastorello Pereira, Natali Carletti Araujo, Alessandra Valéria de Sousa Faria (representante discente da Comissão de Graduação) e Profª Mary Ann Foglio

O diretor pró-tempore foi o Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho, sendo a primeira diretora associada pró-tempore a Profª Drª Célia Regina Garlipp, da FCM. O Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho foi eleito diretor em 2016, junto com seu diretor associado Prof. Dr. Rodrigo Ramos Catharino. Em 2020, foram eleitos o diretor Prof. Dr. Rodrigo Ramos Catharino e a diretora associada Profª Drª Priscila Gava Mazzola. Em 2024, a FCF elegerá novos diretores.

A FCF iniciou suas atividades administrativas em uma sala no Ciclo Básico II. Desde 2017, ocupa a sede atual, à Rua Candido Portinari, 200, onde funcionava o Instituto de Geociências.

Já sob a institucionalidade da FCF, o curso de graduação teve as seguintes coordenações: Profª Drª Wanda Pereira Almeida e Profª Drª Patricia Moriel; Profª Drª Priscila Gava Mazzola e Profª Drª Laura de Oliveira Nascimento; Profª Drª Karina Cogo Müller e Prof. Dr. Daniel Fabio Kawano; e a atual, Profª Drª Wanda Pereira Almeida e Prof. Dr. Paulo Cesar Pires Rosa.

As atividades de pós-graduação tiveram início em 2017, quando o Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas foi autorizado pela CAPES. O Prof. Dr. Jörg Kobarg foi o primeiro coordenador de Pós-Graduação. O atual coordenador é o Prof. Dr. Marcelo Lancellotti. Em setembro de 2020, o Programa de Pós-Graduação em Biociências e Tecnologia de Produtos Bioativos, então sediado do IB, foi incorporado ao Programa de Pós-Graduação da FCF. Desde então, a FCF formou 38 mestres(as) e 27 doutores(as).

Foram coordenadores de Pesquisa e Extensão o Prof. Dr. Rodrigo Ramos Catharino, a Profª Drª Mary Ann Foglio e a Profª Drª Gislaine Ricci Leonardi. No segundo semestre de 2022, as duas comissões foram separadas, passando a Profª Drª Gislaine Ricci Leonardi a ser a coordenadora de pesquisa da FCF e a Profª Drª Catarina Raposo Dias Carneiro, coordenadora de extensão.

A FCF, ao completar dez anos, apresenta os seguintes números: 18 servidores docentes, 21 servidores não-docentes, 266 estudantes de graduação, 45 estudantes de mestrado, 48 estudantes de doutorado, 8 pós-doutorandos, 4 pesquisadores e professores colaboradores, 16 laboratórios de pesquisa e 1 biotério de experimentação.

Selo comemorativo dos 10 anos da FCF

O selo comemorativo alusivo ao décimo aniversário da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp foi criado pelo doutorando Gabriel da Silva Cordeiro, da Assessoria de Comunicação da FCF, e apresentado à comunidade na reunião da Congregação da FCF de 22 de março de 2024.

Neste ano de 2024, o selo deve ser utilizado por toda a comunidade junto com o logotipo da FCF e da Universidade.

Faça o download clicando no link a seguir: